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quarta-feira, 29 de junho de 2011

O Amor Como Solução - A criatura humana caminha a sós, deixando-se arrastar pela correnteza dos volumosos apelos da maioria, asfixiando-se nos alucinógenos de todo o tipo que encontra pela frente.


    Vive a sociedade contemporânea uma terrível crise de valores espirituais e morais que assinala o século, que se encontra fadado à grande transição de mundo de provas e expiações para mundo de regeneração, dando lugar aos graves desequilíbrios que a quase todos atormentam.
     As especulações em torno da felicidade abandonam os aspectos da dignificação humana e se transferem para as propostas de triunfo a qualquer preço, mesmo que se caracterizem pela sordidez, pela desonestidade, pela traição...
     Atormentadas e desorientadas sob os camartelos das aflições, as multidões em desvario buscam o gozo irresponsável em conduta hedonista, entregando-se aos jogos enganosos dos desejos infrenes, logo despertando em letargo ou desencanto, em face da insaciabilidade interior que não conseguem se libertar.
      O campeonato da insensatez ergue altares aos ídolos da fantasia e do encantamento, conspirando contra as edificações gradiosas da felicidade real, ora relegada a plano secundário.
      O que interessa no momento é a fruição dos prazeres embriagadores anunciados pela mídia alucinada, que consome os seus próprios deuses na fogueira argentária dos interesses mesquinhos e extravagantes.
      O delírio toma conta das massas nas ruidosas festas da sensualidade inesgotável, como se o ser humano houvesse sido criado apenas para a conturbada conduta sexual, sem outro objetivo que não o excesso até a exaustão.
      A indiferença pelo próximo faculta a eclosão dos crimes de todo o porte, estimulados pela violência interior que explode em mil faces, atemorizando os cidadãos honrados e trabalhadores.
      Uma nuvem tóxica terrível condensa-se sobre a Terra e praticamente a envolve, diminuindo a claridade do sol da razão e da ética, embriagando os sentidos e as emoções dos indivíduos, que se deixam anestesiar em relação ao amor e xercitar quando se trata dos prazeres perturbadores.
      Certamente que, nesses difíceis dias de aquecimento do planeta, com ameaças trágicas para os seus habitantes, atingem o apogeu das suas gloriosas conquistas a ciência e a tecnologia de ponta, insuficientes, no entanto, para alcançar os arcanos íntimos dos seres humanos, que não têm sabido valorizá-las devidamente.
      Crê-se que as suas contribuições devem destinar-se exclusivamente ao conforto material, às comunicações rápidas, ao prolongamento da existência física, e porque impotentes pra a transformação dos homens e mulheres, são aplicadas no imediatismo das falsas necessidades, a que os mesmos se entregam inermes....
      Há, sem dúvida, uma grande sementeira da luz originada na inteligência de uma pobre colheita do sentimento sublime do amor.
      Multiplicam-se as glórias dos engenhos, assim como os elevados índices das misérias de todo o porte.
      A criatura humana caminha a sós, deixando-se arrastar pela correnteza dos volumosos apelos da maioria, asfixiando-se nos alucinógenos de todo o tipo que encontra pela frente.
      As convicções religiosas empalidecem ante a ardência dos interesses apaixonados, fomentando a indiferença pelo espírito e a predominância pela matéria.
       Negociam o Reino dos Céus pelas conquistas terrestres com cinismo e arrogância.
      Por outro lado, permanecem as intolerâncias e os respectivos crimes em nome de doutrinas fundamentalistas e cruéis, dizimando vidas que cultivam as mesmas crenças, porque oriundas das mesmas fontes de inspiração, interpretadas, porém, de maneira diversa.
      O ódio disfarça-se de direito de defesa, dando lugar à hediondêz de conduta sob o aplauso de leis injustas fabricadas para as nefastas ocasiões.
      Governos perversos fomentam a fragmentação de inúmeros países em nome de hegemonias raciais, de partidos políticos, de interesses econômicos.
      ...E as guerras, sem qualquer disfarce, multiplicam-se no Orbe.
      Filosofias estravagantes são divulgadas com cinismo , atraindo as mentes jovens e inexperientes, em ferrenho combate contra os valores da família, da monogamia, do respeito individual e social, da fraternidade, do bem e do equilíbrio.....
      Simultaneamente, porém, o sofrimento com a sua fauce hiante devora florações juvenis e adultas, como resultado da insânia que toma corpo na sociedade.
      Antes advertia-se que a única solução para tais problemas estaria no sofrimento, no qual a dor se transformaria no caminho libertador.
    As almas imaturas, porém, ante o sofrimento, estorcegam e rebelam-se, piorando os quadros da própria desdita, terminando por atirar-se nos sorvedouros das mais terríveis alucinações que culminam em expiações muito severas.
      A psicoterapia da atualidade, porém, é diversa. Embora não elimine do seu arsenal de socorro o sofrimento que decorre do desconcerto moral a que os pacientes se entregam, em face dos abusos cometidos, apresenta o amor como solução.
      Somente se pode ser livre e feliz quando se ama.
     O amor é diretriz para as metas sublimes da auto-realização, da autoconsciência.
     Sem ele a existência terrena perde o seu significado libertador e iluminativo, porquanto retira o sentido que a vida possui na sua legitimidade.
    O primitivismo que predomina em a natureza humana, ainda decorrente do seu processo de evolução ancestral, exige o imediato, enquanto o sentimento de amor, esta conquista paulatina que vem sendo alcançada, sabe aguardar o momento adequado, a ocasião em que se solucionam os problemas e surge a ventura.
     Somente o egoísmo sistemático e insensível objeta contra a solidadriedade e a compaixão, contra a caridade e o amor que são manifestações do psiquismo divino ínsito em todos os seres.
     Prevalecendo, por enquanto, nos agitados quadros sociais do planeta, devasta a política, a religião, as artes, os ideais de engrandecimento espiritual, a tecnologia - utiliza para o imediatismo -, a ciência - a soldo do poder mentiroso dos governantes embriagados de soberba -, os sentimentos amedrontados ...
     Nada obstante, a força do amor terminará por vencer as barreiras fortes da impiedade e do materialismo de que se reveste esse sentimento vil, e intalará, a pouco e pouco, os alicerces do respeito humano, que se expande em favor da Natureza do planeta, de toda expressão de vida que nele se manifesta...
      Por isso no bárbaro desespero que assola, surgem idealistas que trabalham infatigavelmente em favor de todo e qualquer tipo de minoria oprimida, de animais em extinção, da Terra em agonia, da justiça e do bem, que vigerão em dia não muito distante, transformando o mundo do agitado em paraíso de educação e de progresso moral.
      Isso porque o amor como solução é o único recurso de que o ser humano pode dispor.
     Certamente não se tratará de uma realização mágica, de fora para dentro, através de decretos governamentais ou de imposições sociais, mas se apresentará como resultado da transformação pessoal de cada um para melhor que, trabalhando as imperfeições e as más inclinações, se converterá em exemplo a ser seguido.
       Ante a impossibilidade de mudar o mundo, cada homem e mulher mudadrá a sua conduta interna e conquistará o seu lugar ao sol da harmonia, impondo a mudança geral.

Joanna de Ângelis.
O Amor Como Solução
Psicografia: Divaldo Pereira Franco
11 de Julho de 2006 na cidade de Paramirim
*Hedonista= filosofia grega a qual julga ser o prazer o bem supremo da vida
* Fauce = boca, garganta, goela
* Hiante = muito grande, enorme

sábado, 25 de junho de 2011

Bem Aventurados os Aflitos

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

BEM SOFRER E MAL SOFRER -

18. Quando o Cristo disse: "Bem-aventurados os aflitos, porque deles é o Reino dos Céus", não se referia aos sofredores em, geral, porque todos os que estão neste mundo sofrem, quer estejam num trono ou na miséria extrema, mas, ah! poucos sofrem bem, poucos compreendem que somente as provas bem suportadas poder conduzir ao Reino de Deus. O desânimo é uma falta. Deus nega consolações, se não tiverdes coragem.
A prece é um sustentáculo da alma, mas não é suficiente por si só: é necessário que se apóie numa fé ardente na bondade de Deus. Tendes ouvido freqüentemente que Ele não põe um fardo pesado em ombros frágeis. O fardo é proporcional às forças, como a recompensa será proporcional à resignação e à coragem.
A recompensa será tanto mais esplendente quanto mais penosa tiver sido a aflição. Mas essa recompensa deve ser merecida, e é por isso que a vida está cheia tribulações.
O militar que não é enviado à frente de batalha não fica, satisfeito, porque o repouso no acampamento não lhe proporciona nenhuma promoção. Sede como o militar, e não aspireis a um repouso que enfraqueceria o vosso corpo e entorpeceria a vossa alma. Ficai satisfeitos, quando Deus vos envia à luta.
Essa luta não é o fogo das batalhas, mas as amarguras da vida, onde muitas vezes necessitamos de mais coragem que num combate sangrento, pois, aquele que enfrenta firmemente o inimigo poderá cair sob o impacto de um sofrimento moral. O homem não recebe nenhuma fé pensa por essa espécie de coragem, mas Deus lhe reserva os seus louros e um lugar glorioso.
Quando vos atingir um motivo de dor ou de contrariedade, tratai de elevar-vos acima das circunstâncias. E quando chegardes a dominar os impulsos da impaciência, da cólera ou do desespero, dizei, com justa satisfação: "Eu fui o mais forte!"
Bem-aventurados os aflitos, pode, portanto, ser assim traduzido: Bem aventurados os que tem a oportunidade de provar a sua fé, a sua firmeza, a sua perseverança e a sua submissão à vontade de Deus, porque eles terão centuplicadas as alegrias que lhes faltam na Terra, e após o trabalho virá o repouso.

ESE, cap. V - LACORDAIRE Havre, 1863


sexta-feira, 24 de junho de 2011

Ivon Costa - 100 Anos

Ivon Costa – 100 anos de seu nascimento       

      Foi o primeiro grande tribuno espírita brasileiro que viajou à Europa para divulgar o Espiritismo. Dotado de invejável dom de oratória, belíssima voz, arrebatava os auditórios pelo seu conhecimento evangélico-doutrinário.
Ivon Costa nasceu no dia 15 de julho de 1898, na então cidade de São Manuel (hoje Eugenópolis), no Estado de Minas Gerais.
     De família católica, foi seminarista. Às vésperas de sua ordenação sacerdotal, faltando apenas dezenove dias, foi constatado que ele não possuía certidão de batismo e, como tal, não poderia ser ordenado. Estabeleceu-se tamanha confusão, que ele desistiu de ser padre.
    Transferiu-se para o Rio de Janeiro, ingressando na Faculdade de Medicina, onde se diplomou. Inteligente e culto, falava diversos idiomas como francês, inglês, alemão e espanhol, além do latim e do português.
Sua conversão ao Espiritismo se deu de uma forma muito simples. Atravessava uma rua, quando se viu em frente a um Centro Espírita.
    Diversas pessoas penetravam no auditório, pois em pouco tempo haveria uma reunião pública. Estava numa fase difícil de sua vida e, por simples curiosidade, acompanhou aquela multidão que ali comparecia para ouvir o orador falar sobre a Codificação Kardequiana. À medida que o orador falava, ele prestava a maior atenção, a ponto de sentir sensível transformação, pois aquela palestra respondia a todas as suas indagações.
    A partir desse dia, converteu-se ao Espiritismo e iniciou imediatamente sua tarefa de pregador. Leu bastante, especialmente os livros de Allan Kardec e os grandes clássicos do Espiritismo. Possuidor de sólida cultura e com o cabedal prático que trouxe do seminário, tudo foi muito fácil.
    Desabrochou sua mediunidade, que muito o ajudou intuitivamente. Procurava diálogo com os seus ouvintes, a fim de esclarecer melhor os argumentos abordados em suas conferências.
    Contraiu matrimônio, no ano de 1927, com a jovem Honorina Kauer Costa. Tiveram uma filha única, Ceo Kauer Costa, que nasceu quando o casal estava em Lisboa. Ela se formou em Direito e reside em S. Leopoldo, Rio Grande do Sul.
     Ivon Costa percorreu todo o Brasil, fazendo palestras doutrinárias. Tribuno extraordinário, sabia abordar os temas com eloqüência e raro brilhantismo. Polemista, manteve grandes discussões públicas, sendo sempre o grande vencedor, especialmente dos adversários do Espiritismo.
    Excursionou também por vários países da Europa, como Portugal, França, Espanha, Holanda, Bélgica, Luxemburgo e outros.
    Ivon Costa residiu na Alemanha, depois em Paris, exercendo a função de intérprete do cinema americano, trabalhando para a Paramount. Em todos os lugares por onde passou deixou a semente da Doutrinas Espírita. Chegou a participar do Congresso Internacional de Espiritismo, realizado em Haia, Holanda.
    Em 1932, Ivon retornou definitivamente ao Brasil, passando a residir em Porto Alegre, onde clinicava gratuitamente aos pobres. Ali desencarnou, no dia 9 de janeiro de 1934, aos 35 anos de idade. O Espiritismo muito deve a Ivon Costa, pois foi o tribuno espírita que mais excursionou, sendo sua tarefa semelhante à de Vianna de Carvalho e de Divaldo Pereira Franco.
 Fonte de consulta:
Livro Personagens do Espiritismo, de Antônio de Souza Lucena e Paulo Alves Godoy - Edições FEESP






 
1 – Os Espíritos sempre disseram: “A forma não é nada, o pensamento é tudo. Faça cada qual a sua prece de acordo com as suas convicções, da maneira que mais lhe agrade, pois um bom pensamento vale mais do que numerosas palavras que não tocam o coração”.
Os Espíritos não prescrevem nenhuma fórmula absoluta de preces, e quando nos dão alguma, é para orientar a nossa idéia, e, sobretudo para chamar a nossa atenção sobre certos princípios da doutrina espírita. Ou ainda com o fim de ajudar as pessoas que sentem dificuldades em exprimir suas idéias, pois estas não consideram haver realmente orado, se não formularam, bem os seus pensamentos.
A coletânea de preces deste capítulo é uma seleção das que os Espíritos ditaram em várias ocasiões. Podem ter ditados outras, em termos diferentes, apropriadas a diversas idéias e ou a casos especiais. A finalidade da prece é levar nossa alma a Deus. A diversidade das fórmulas não deve estabelecer nenhuma diferença entre os que Nele crêem, e menos ainda entre os adeptos do Espiritismo, porque Deus aceita a todas, quando sinceras.
Não se deve considerar, portanto, esta coletânea, como um formulário absoluto, mas como uma variante das instruções dos Espíritos. É uma forma de aplicação dos princípios da moral evangélica desenvolvida neste livro, um complemento dos seus ditados sobre os nossos deveres para com Deus e o próximo, e no qual são relembrados todos os princípios da doutrina.
O Espiritismo reconhece como boas as preces de todos os cultos, desde que sejam ditas de coração, e não apenas com os lábios. Não impõe nem condena nenhuma. Deus é sumamente grande, segundo o Espiritismo, para repelir a voz que implora ou que canta louvores, somente por não o fazer desta ou daquela maneira. Quem quer que condene as preces que não constem do seu formulário, demonstra desconhecer a grandeza de Deus. Acreditar que Deus se apegue à determinada fórmula, é atribuir-lhe a pequenez e as paixões humanas.
Uma das condições essenciais da prece, segundo São Paulo (Cap. XXVII, nº 16) é a de ser inteligível, para que possa tocar o nosso espírito. Para isso, entretanto, não basta que ela seja proferida na língua habitual, pois há preces que, embora em termos populares, não dizem mais à nossa inteligência do que as de uma língua estranha, e por isso mesmo não nos tocam o coração. As poucas idéias que encerram são em geral sufocadas pela superabundância das palavras e o misticismo da linguagem.
A principal qualidade da prece é a clareza. Ela deve ser simples e concisa, sem fraseologia inútil ou excesso de adjetivação, que não passam de meros ouropéis. Cada palavra deve ter o seu valor, exprimir uma idéia, tocar uma fibra da alma. Enfim: deve levar à reflexão. E somente assim pode atingir o seu objetivo, pois, de outro modo não passa de palavrório. Veja-se, entretanto, com que distração e volubilidade elas são proferidas, na maioria das vezes. Percebemos que os lábios se agitam, mas, pela expressão fisionômica e pela própria voz, percebe-se que é um ato maquinal, puramente exterior, de que a alma não participa.
 ESE. Tradução de José Herculano Pires
Cap. XXVIII – coletânea de preces espíritas
 
*Ouropel = Falso ouro  

 “hoje crêem e sua fé é inabalável, porque está assentada na evidência e na demonstração, e porque satisfaz a razão. (...). Tal é a fé dos espíritas, e a prova de sua força é que se esforçam por se tornarem melhores, domarem suas más inclinações e porem em prática as máximas do Cristo, olhando todos os homens como irmãos, sem acepção de raças, de castas, nem de seitas, perdoando aos seus inimigos, retribuindo o mal com o bem, a exemplo do divino modelo.” ( KARDEC, Allan. Revista Espírita de 1868. 1ª Ed. RJ: FEB, 2005 p.28, Janeiro de 1968).
 











segunda-feira, 20 de junho de 2011

Marcas de Nascença e sua Relação com as vidas passadas
  
      As marcas ou sinais que muitas pessoas trazem no corpo podem ter tido como causa acidentes ou ferimentos no momento de suas mortes em uma vida passada.
      Certa ocasião, um paciente, após ter regredido e revivivido sua morte ao levar um tiro no peito numa existência passada, mostrou-me em seu peito uma marca cutânea com aspecto de cicatriz produzida por um projétil. Ele me contou que havia nascido com essa cicatriz e sempre se sentia intrigado por ter nascido com essa marca. Outra paciente me disse que quando ficava abalada emocionalmente, em situações de stress, costumavam aparecer cicatrizes em seu rosto - bem evidentes - e depois desapareciam. Tais cicatrizes tinham o aspecto de um risco feito por uma faca. Ao regredir, recordou que seu marido ciumento a feriu gravemente no rosto com uma faca numa existência passada. Ficando evidente nesses dois casos mencionados, que as experiências traumáticas que esses pacientes passaram em suas vidas passadas, ficaram "impressas" em seus perispíritos (psicossoma) vindo a reencarnar com essas marcas. Da mesma forma, se uma pessoa morre subitamente, assassinada ou em desastre, ela pode reencarnar com determinadas marcas e cicatrizes em seu corpo e se recordar com clareza sobre ter vindo com essas marcas de nascença.
     Recordações vinculadas a marcas de nascimento birth marks, diz-se em iglês, vêm sendo pesquisadas dentro de uma metodologia científica para se analisar a hipótese da reencarnação. Dos pesquisadores de reconhecida idoneidade cientifica que se dedicam à investigação de recordações espontâneas de vidas passadas, através dessas marcas de nascença, dois nomes devem ser lembrados (ambos falecidos). Dr. Ian Stevenson e Dr. Hernani Guimarâes Andrade.      Stevenson e sua equipe entrevistaram essas crianças e os resultados obtidos foram tão impressionantes que grande parte da comunidade cientifica - cética a respeito da tese da reencarnação - ficou abalada em suas convicções.
Hernani Guimarães Andrade foi considerado um dos maiores cientistas do mundo em assunto de reencarnação; respeitadíssimo pela comunidade cientifica internacional, também entrevistou inúmeras crianças com recordações vinculadas a marcas de nascimento. Escreveu o livro "Reencarnação no Brasil: Oito Casos que Sugerem Renascimento". (1988 Ed. O Clarim).

Caso Clínico: Crise de Pânico
Mulher de 40 anos, casada.

Veio ao meu consultório por conta de sua síndrome do pânico. Ao entrar em crise, sentia taquicardia, ansiedade, falta de ar, tristeza profunda e medo de morrer. Desta forma, ao sair de casa ficava tensa, ansiosa e muito insegura de passar por uma crise e não ter ninguém para ajudá-la. Andava sempre com um remédio ansiolítico em sua bolsa.
Desde criança tinha bronquite alérgica, falta de ar e esse quadro clínico se fundiu com as crises de pânico que passou a sofrer na fase adulta.
Além dos tratamentos médicos e psicológicos, chegou a procurar um centro espírita para resolver o seu problema e os resultados não lhe foram satisfatórios.
Ao ler os meus artigos no Somos todos um, renovou suas esperanças de se curar ao me procurar para se submeter à TVP (Terapia de Vida Passada).

Ao regredir me relatou:

"Vejo uma estrada de asfalto, árvores todas brancas de neve" (pausa).

- Avance mais para frente nessa cena - peço-lhe.

"Estou andando numa bicicleta, parece que tem um bebê na garupa. É o meu filho, está muito frio. Estou usando um casaco, é uma estrada comprida e sem movimento (pausa).
Agora vejo uma casa, deixei a bicicleta no canto desta casa e estou segurando o meu filho no colo. Estou indo a encontrar uma família. Vejo uma senhora de cabelos grisalhos que me recepcionou. Ela é forte, robusta, parece ser a dona da casa. Coloco o meu filho


 no chão, e ele corre para brincar com outras crianças. Eu converso muito com essa senhora. O pai da criança não está presente; ele não é presente na minha vida" (pausa).

- Avance mais para frente nessa cena - peço-lhe.

"Estou vendo uma casa, ela está em chamas. Não sei se é a mesma casa...".

- Aproxime-se então dessa cena para ver se é a mesma - peço-lhe.

"Acho que é. O fogo está agora num estágio bem avançado. Aquela senhora está dentro da casa. Agora estou correndo, indo na direção dela. Não tem ninguém para me ajudar. Sinto que eu preciso fazer alguma coisa (pausa).
Estou agora entrando na casa, é muito fogo, muita madeira pegando fogo. Eu olho e não consigo encontrá-la. A escada quebrou e ela está no andar superior. Estou muito desesperada (paciente começa a respirar fundo).
Ouço-a gritar, pedindo ajuda; não sei o que fazer. Falo para ela que vou ajudá-la, mas, meu Deus, não tem mais a escada, o fogo a consumiu! Está desmoronando tudo, não sei o que faço! Tenho a impressão de que não tem mais nada a fazer. Ela ficou lá, vai morrer queimada, tem muito fogo! Eu não consigo sair desta casa, há muito fogo"! (pausa).

- Avance mais para frente nesta cena - peço-lhe.

"Há muita fumaça, está muito quente o local. Não vou conseguir sair... Sei que vou morrer, eu me sinto sufocada".

- Repita está frase: "Eu me sinto sufocada!" - peço-lhe (paciente repete a frase e começa a chorar intensamente).

"As madeiras em chamas estão caindo em cima de mim, não consigo me mexer (paciente chora e tosse muito). Estou com muita falta de ar, sei que vou morrer aqui. A fumaça está muito forte, estou desmaiando, sinto muita falta de ar".

- Prossiga nessa cena e veja o que acontece com você - peço-lhe.

"Eu morri debaixo desse entulho de madeira". (pausa).

- Quais foram seus últimos pensamentos e sentimentos no momento de sua morte? - Peço-lhe.

"Senti muita falta de ar, impotência, desespero e ansiedade. Veio também o pensamento de que não consegui tirá-la de lá (pausa).
Ela era a minha avó nessa vida passada e na vida atual é a minha mãe. Eu sentia muita admiração, carinho por ela" (pausa).

- Veja o que acontece com você após sua morte física - peço-lhe.

"Eu me vejo de cima, estou voando em cima da sala onde eu morri. Sinto-me atordoada, não acredito ainda que estou morta lá embaixo. Mas tenho consciência que estou em espírito. Eu procuro a minha avó, vejo o corpo dela lá embaixo. Eu me aproximo dela e não acredito que ela esteja morta. Eu me sinto atordoada, sei que o meu corpo está lá embaixo, mas não consigo vê-lo porque tem um monte de entulho de madeiras em cima dele. A casa está toda destruída (pausa).
Vejo agora uma luz me tirando da casa. Eu peço a esta luz para tirar também a minha avó.
Agora estamos subindo, vejo a casa bem pequena, de cima. Estamos voando, a luz me leva pelos braços. A minha avó não veio, ela ficou".

- Veja para onde a luz te leva - peço-lhe.

"Ela me leva para perto de um lago. Eu me sinto mais calma, estou sozinha nesse lago. Não consigo me ver, mas sinto o meu corpo. Tenho a impressão que eu estou sentada na beira, balançando as minhas pernas dentro da água. É um dia bem ensolarado".

- Avance mais para frente nessa cena - peço-lhe.

"Eu olho para o lago e estou vendo as nuvens refletidas na água e tem também o brilho do sol bem forte (pausa).
Na verdade, esse brilho é a luz que me tirou daquela casa. Eu converso com ela. Ela me faz ver novamente a cena daquela casa em chamas. Ela me mostra o quanto fiquei desesperada para me livrar daquelas madeiras que caíram por cima de mim. A luz me diz que a causa dessas crises de pânico que sinto na vida atual é conseqüência de eu ter morrido sufocada e angustiada nessa vida passada. Eu não consegui me livrar daqueles entulhos de madeiras que caíram em cima de mim. Senti muita falta de ar, enorme desespero por não conseguir sair daquela situação.
Morri asfixiada. Foi uma sensação de descontrole, desespero total; eu me senti impotente. Não dependia mais de mim o fato de viver. Essa luz diz que eu tenho que entender que isso é uma lembrança ruim, mas que tudo passou e que não irá mais acontecer comigo. Ela diz ainda que eu irei entender aos poucos que não vou mais sentir essas crises, para eu não me preocupar.
A Luz diz também que o trabalho de regressão foi bem conduzido (referindo-se a mim).

Após passar por mais quatro sessões de regressão, a paciente me disse contente que não sentiu mais taquicardia, falta de ar, ansiedade e que aquela tristeza profunda havia desaparecido por completo. Seu semblante estava bem sereno, contrastando com o que ostentava quando veio me consultar inicialmente.


CONHECIMENTO DO PASSADO


Meditando nas salutares revelações procedentes da Espiritualidade, assomavam-te ondas de tristeza, em considerando o olvido que se te fazia habitual, concernente às reencarnações passadas...
Ao lado daqueles que te narravam eventos com eles mesmos acontecidos e que lhes foram elucidados, situavas o espírito em compreensível melancolia, face a tua total ignorância quanto as vidas pretéritas.
Diante dos que exibiam ilações fascinantes entre o hoje e o ontem, comentando, entusiasmados, os sucessos transatos, doía-te a alma ignorares os acontecimentos idos que te diziam respeito...
Desejavas qualquer referência, que te desse maior força e coragem para a luta, de modo a situares vidas pregressas, graças à justiça das reencarnações...
Ante as dores da soledade, renteando com os que pareciam contemplados, almejavas identificar amigos, amores antigos...


A Lei Divina, na sua sabedoria, quando concede o esquecimento temporário das vidas que se perderam na noite dos tempos, age com misericórdia e justiça, pois nem todos os homens estão em condição de sabê-lo.
Todavia, desejavas, e agora, paulatinamente, chegam-te retalhos, informações, peças que se ajustam fragmentos que se unem formando um todo... Amigos, afetos, mas igualmente adversários, se destacam dos painéis da sombra e se avolumam...
Pensas, então, em refazer o caminho ao encontrá-lo em desalinho.
Da mesma forma, ambicionas reviver emoções, ora impossíveis, reconquistar corações que seguem noutra direção, unir-te aos seres junto aos quais chegaste tardiamente... E sofres!
As animosidades persistem sem diminuírem. Ao inverso, tais antipatias não são combatidas, mas açuladas.
Lamentavelmente, unes-te com aqueles que se afinam contigo e te afastas daqueles a cujos fluidos reages.
Onde o esforço da sublimação?
Qual a cartilha de exercício de morigeração e equidade, em prol da paz de agora e da felicidade futura?
Silencia ansiedades.
Trabalha, luta afervorado, insistindo quando outros desistem.
A floração não precede a sementeira nem o fruto antecipa a flor.
Realiza a tua parte gentilmente, sem modelo próximo além de Jesus a quem segues, e se o tormento do passado chegar-te como espinho, pensa no futuro, e, utilizando-te do presente, faze o melhor ao teu alcance, guardando a certeza de que o porvir te responderá conforme o construas desde agora.


CELEIRO DE BENÇÃOS
PSICOGRAFADO POR DIVALDO P. FRANCO
DITADO PELO ESPÍRITO DE JOANNA DE ÂNGELIS




quinta-feira, 16 de junho de 2011

Alguns historiadores suspeitam que muitos dos mitos associados às constelações foram inventados para ajudar os agricultores a lembrarem quando deveriam plantar e colher.




Elementos essenciais para a reforma interior do ser humano

     Uma constelação fácil de enxergar é Órion, mostrada na figura abaixo como é vista no hemisfério sul. Para identificá-la devemos localizar 3 estrelas próximas entre si, de mesmo brilho, e alinhadas. Elas são chamadas Três Marias, e formam o cinturão da constelação de Órion, o caçador. Seus nomes são Mintaka, Alnilan e Alnitaka. A constelação tem a forma de um quadrilátero com as Três Marias no centro. O vértice nordeste do quadrilátero é formado pela estrela avermelhada Betelgeuse, que marca o ombro direito do caçador. O vértice sudoeste do quadrilátero é formado pela estrela azulada Rigel, que marca o pé esquerdo de Órion. Estas são as estrelas mais brilhantes da constelação. Como vemos, no hemisfério Sul Órion aparece de ponta cabeça. Segundo a lenda, Órion estava acompanhado de dois cães de caça, representadas pelas constelaçõs do Cão Maior e do Cão Menor. A estrela mais brilhante do Cão Maior, Sírius, é também a estrela mais brilhante do céu, e é facilmente identificável a sudeste das Três Marias. Procyon é a estrela mais brilhante do Cão Menor, e aparece a leste das Três Marias. Betelgeuse, Sírius e Procyon formam um grande triângulo, como pode ser visto no esquema abaixo.
 

 As estrelas de uma constelação só estão aparentemente próximas na esfera celeste, pois na verdade estão a distâncias reais diferentes.
Quando você olha em um atlas do céu, você encontra as constelações representadas em diagramas como o abaixo, em que as estrelas são desenhadas com tamanhos diferentes para representar brilhos diferentes. Note que este diagrama mostra Órion na orientação em que é vista no hemisfério norte





 As constelações surgiram na antiguidade para ajudar a identificar as estações do ano. Por exemplo, a constelação do Escorpião é típica do inverno do hemisfério sul, já que em junho ela é visível a noite toda. Já Órion é visível a noite toda em dezembro e, portanto, típica do verão do hemisfério sul. Alguns historiadores suspeitam que muitos dos mitos associados às constelações foram inventados para ajudar os agricultores a lembrarem quando deveriam plantar e colher.
As constelações mudam com o tempo, e em 1929 a União Astronômica Internacional adotou 88 constelações oficiais, de modo que cada estrela do céu faz parte de uma constelação. Cada constelação tem sua coordenada.



                                                                  
Duas misteriosas bolhas gigantes, que estão unidas e emitem raios gama, foram descobertas no centro da nossa galáxia, a Via Láctea, anunciaram astrônomos americanos. As bolhas, que abrangem 50 mil anos-luz (distância percorrida pela luz em um ano no vácuo), podem ser resíduo da erupção de um buraco negro gigante no coração da galáxia.


Pensemos nisso!...
Não estará aí um novo mundo a ser criado...



terça-feira, 7 de junho de 2011

As qualidades que atraem de preferência os Espíritos bons são: a bondade, a benevolência, a simplicidade de coração, o amor ao próximo, o desprendimento das coisas materiais.



















INFLUÊNCIA MORAL DOS MÉDIUNS
Livro Dos Médiuns - Cap. XX

QUESTÕES DIVERSAS

DISSERTAÇÃO DE UM ESPÍRITO SOBRE A INFLUÊNCIA MORAL



226. 1. O desenvolvimento da mediunidade se processa na razão do desenvolvimento moral do médium?

— Não. A faculdade propriamente dita é orgânica, e portanto independente da moral. Mas já não acontece o mesmo com o seu uso, que pode ser bom ou mau, segundo as qualidades do médium.



- 2 Sempre se disse à mediunidade é um dom de Deus, uma graça,um favor divino. Porque, então, não é um privilégio dos homens de bem? E porque há criaturas indignas que a possuem no mais alto grau e a empregam no mau sentido?
— Todas as nossas faculdades são favores que devemos agradecer a Deus, pois há criaturas que não as possuem. Podias perguntar porque Deus concede boa visão a malfeitores, destreza aos larápios, eloqüência aos que só a utilizam para o mal. Acontece o mesmo com a mediunidade. Criaturas indignas a possuem porque dela necessitam mais do que as outras, para se melhorarem. Pensas que Deus recusa os meios de salvação dos culpados? Ele os multiplica nos seus passos, coloca-os nas suas próprias mãos. Cabe a eles aproveitá-los. Judas, o traidor, não fez milagres e não curou doentes, como apóstolo? Deus lhe permitiu esse dom para que mais odiosa lhe parecesse à traição.

3. Os médiuns que empregam mal as suas faculdades, que não as utilizam para o bem ou que não as aproveitam para a sua própria instrução, sofrerão as conseqüências disso?
— Se as usarem mal, serão duplamente punidos, pois perdem a oportunidade de aproveitar um meio a mais de se esclarecerem. Aquele que vê claramente e tropeça é mais censurável que o cego que cai na valeta.

4. Há médiuns que recebem comunicações espontâneas, quase freqüentemente, sobre um mesmo assunto, tratando de certas questões morais, por exemplo, relativas a determinados defeitos. Terá isso algum fim?
— Sim, e a finalidade é esclarecê-los a respeito do assunto constantemente repetido, ou corrigi-los de certos defeitos. É por isso que a uns os Espíritos falam sempre do orgulho, a outros da caridade, pois somente a insistência poderá por fim abrir-lhes os olhos. Não há médium empregando mal a sua faculdade, seja por ambição ou interesse, ou prejudicando-a por um defeito essencial, como o egoísmo, o orgulho, a leviandade, e que não receba de tempos em tempos alguma advertência dos Espíritos. O mal é que na maioria das vezes ele não a toma para si mesmo.
Observação de Kardec: Os Espíritos dão lições quase sempre com reserva, de maneira indireta, para deixarem maior mérito aos que as aproveitam. Mas são tais a cegueira e o orgulho de certas pessoas, que elas não reconhecem nas lições recebidas. E ainda mais: se o Espírito lhes dá a entender que se referem a elas, zangam-se e chamam o Espírito de mentiroso ou de atrevido. Bata isso para mostrar que o Espírito tem razão.

5. Ao receber lições de sentido geral, sem aplicação pessoal, o médium não age como instrumento passivo ao serviço da instrução dos outros?
— Quase sempre esses avisos e conselhos não são dirigidos a ele, mas a outras pessoas que só podemos atingir através da sua mediunidade. Mas ele também, se não estiver cego pelo amor próprio, deve tomar a sua parte. Não penses que a faculdade mediúnica seja dada apenas à correção de uma ou duas pessoas. Não. O objetivo é maior: trata-se da Humanidade. Um médium é um instrumento que, como indivíduo, importa muito pouco. Por isso, quando damos instruções de interesse geral, utilizamos os que nos oferecem as facilidades necessárias. Mas podes estar certo de que chegará o tempo em que os bons médiuns serão muito comuns, para que os Espíritos bons não precisem mais se servir de maus instrumentos.

6. Se as qualidades morais do médium afastam os Espíritos imperfeitos, porque um médium dotado de boas qualidades transmite respostas falsas ou grosseiras?
— Conheces todos os segredos da sua alma? Além disso, sem ser vicioso ele pode ser leviano e frívolo. E pode também necessitar de uma lição, para que se mantenha vigilante.

7. Por que os Espíritos superiores permitem que pessoas dotadas de grande mediunidade, e que poderiam fazer muito bem, se tornem instrumentos do erro?
— Eles procuram influenciá-las, mas quando elas se deixam arrastar por um mau caminho, não as impedem. É por isso que delas se servem com repugnância, porque a verdade não pode ser interpretada pela mentira.

8. É absolutamente impossível receber boas comunicações por um médium imperfeito?
— Um médium imperfeito pode às vezes obter boas coisas, porque, se tem uma boa faculdade, os bons Espíritos podem servir-se dele na falta de outro, em determinada circunstância. Mas não o fazem sempre, pois quando encontram outro que melhor lhes convém, lhe dão preferência.
Observação de Kardec:
Deve-se notar que os Espíritos, ao considerarem que um médium deixa de ser bem assistido, tornando-se, por suas imperfeições, presa de Espíritos enganadores, quase sempre provocam circunstâncias que revelam os seus defeitos e o afastam das pessoas sérias, bem intencionadas, de cuja boa fé poderiam abusar. Nesse caso, sejam quais forem as suas faculdades, nada se tem a lamentar.

9. Qual seria o médium que poderíamos considerar perfeito?
— Perfeito? É pena, mas bem sabes que não há perfeição sobre a Terra. Se não fosse assim, não estarias nela. Digamos antes bom médium, e já é muito, pois são raros. O médium perfeito seria aquele que os maus Espíritos jamais ousassem fazer uma tentativa de enganar. O melhor é o que, simpatizando com os bons Espíritos, tem sido enganado menos vezes.

10. Se ele simpatiza apenas com os bons Espíritos, como estes permitem que seja enganado?
— Os Espíritos bons permitem que os melhores médiuns sejam às vezes enganados, para que exercitem o seu julgamento e aprendam a discernir o verdadeiro do falso. Além disso, por melhor que seja um médium, jamais é tão perfeito que não tenha um lado fraco, pelo qual possa ser atacado. Isso deve servir-lhe de lição. As comunicações falsas que recebe de quando em quando são advertências para evitar que se julgue infalível e se torne orgulhoso. Porque o médium que recebe as mais notáveis comunicações não pode se vangloriar mais do que o tocador de realejo, que basta virar a manivela do seu instrumento para obter belas árias.

11. Quais as condições necessárias para que a palavra dos Espíritos superiores nos chegue sem qualquer alteração?
— Desejar o bem e repelir o egoísmo e o orgulho: ambos são necessários.

12. Se a palavra dos Espíritos superiores só nos chega pura em condições tão difíceis, isso não é um obstáculo à propagação da verdade?
— Não, porque a luz chega sempre ao que a deseja receber. Aquele que deseja esclarecer-se deve fugir das trevas, e as trevas estão na impureza do coração. Os Espíritos que consideras como personificações do bem não atendem de boa vontade aos que têm o coração manchado de orgulho, de cupidez e falta de caridade. Que se livrem, pois, de toda a vaidade humana, os que desejam esclarecer-se, e humilhem a sua razão ante o poder infinito do Criador. Será essa a melhor prova de sua sinceridade. E todos podem cumprir essa condição.

227. Se o médium, quanto à execução, é apenas um instrumento, no tocante à moral exerce grande influência. Porque o Espírito comunicante identifica-se com o Espírito do médium, e para essa identificação é necessário haver simpatia entre eles, e se assim podemos dizer, afinidade.
A alma exerce sobre o Espírito comunicante uma espécie de atração ou de repulsão, segundo o grau de semelhança ou dessemelhança entre eles. Ora, os bons têm afinidade com os bons e os maus com os maus, de onde se segue que as qualidades morais do médium têm influência capital sobre a natureza dos Espíritos que se comunicam por seu intermédio.
Se o médium é de baixa moral, os Espíritos inferiores se agrupam em torno dele e estão sempre prontos a tomar o lugar dos bons Espíritos a que ele apelou. As qualidades que atraem de preferência os Espíritos bons são: a bondade, a benevolência, a simplicidade de coração, o amor ao próximo, o desprendimento das coisas materiais. Os defeitos que os afastam são:
o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, sensualidade e todas as paixões pelas quais o homem se apega à matéria.
228. Todas as imperfeições morais são portas abertas aos Espíritos maus, mas a que eles exploram com mais habilidade é o orgulho, porque é essa a que menos a gente se confessa a si mesmo. O orgulho tem posto a perder numerosos médiuns dotados das mais belas faculdades, que, sem ele, seriam instrumentos excelentes e muito úteis.
Tornando-se presa de Espíritos mentirosos, suas faculdades foram primeiramente pervertidas, depois aniquiladas, e diversos se viram humilhados pelas mais amargas decepções.
O orgulho se manifesta, nos médiuns, por sinais inequívocos, para os quais é necessário chamar a atenção, porque é ele um dos elementos que mais devem despertar a desconfiança sobre a veracidade das suas comunicações. Começa por uma confiança cega na superioridade das comunicações recebidas e na infalibilidade do Espírito que as transmite. Disso resulta um certo desdém por tudo o que não procede deles, que julgam possuir o privilégio da verdade.
O
prestígio dos grandes nomes com que se enfeitam os Espíritos que se dizem seus protetores os deslumbra. E como o seu amor próprio sofreria se tivessem de se confessar enganados, repelem toda espécie de conselhos e até mesmo os evitam, afastando-se dos amigos e de quem quer que lhes possam abrir os olhos. Se concordarem em ouvir essas pessoas, não dão nenhuma importância às suas advertências, porque duvidar da superioridade do Espírito que os guia seria quase uma profanação.
Chocam-se com a menor discordância, com a mais leve observação crítica, e chegam às vezes a odiar até mesmo as pessoas que lhes prestam serviços.
Favorecendo esse isolamento provocado pelos Espíritos que não querem ter contraditores esses mesmos Espíritos tudo fazem para os entreter nas suas ilusões, levando-os ingenuamente a considerar os maiores absurdos como coisas sublimes.
Assim: confiança absoluta na superioridade das comunicações obtidas, desprezo pelas que não vierem por seu intermédio, consideração irrefletida pelos grandes nomes, rejeição de conselhos, repulsa a qualquer crítica, afastamento dos que podem dar opiniões desinteressadas, confiança na própria habilidade apesar da falta de experiência – são essas as características dos médiuns orgulhosos.


Necessário que o orgulho frequentemente é estimulado no médium por aqueles que o cercam. Se tem faculdades um pouco transcedentais, é procurado e idolatrado; crê-se in dispensável, e logo toma ares de suficiência e de desdém quando exerce seu ministério. Mais de juma vez nos lamentamos pelos elogios que demos a certos médiuns, com o objetivo de ecorajá-los.

229। Ao lado desse quadro,vejamos o do médium verdadeiramente bom, em que se pode confiar। Suponhamos, primeiro, uma facilidade de execução suficientemente grande para permitir que os Espíritos se comuniquem livremente, sem o embaraço de qualquer dificuldade material. Isso posto, o que mais importa considerar é a natureza dos Espíritos que o assistem habitualmente, e para tanto o que mais nos deve interessar não são os nomes, mas a linguagem. Jamais ele deve esquecer-se de que a simpatia que conseguir entre os Espíritos bons estará na razão dos esforços para afastar os maus. Convicto de que a sua faculdade é um dom que lhe foi concedido, para o bem, não se prevalecerá dela de maneira alguma, nem se atribuirá qualquer mérito por possuí-la. Recebe como uma graça às boas comunicações, devendo esforçar-se por merecê-las através da sua bondade, da sua benevolência e da sua modéstia. O primeiro se orgulha de suas relações com os Espíritos superiores; este se humilha, por se considerar sempre indigno desse favor.

230. A instrução, sobre este assunto, nos foi dada por um Espírito de que já reproduzimos muitas comunicações:
Já o dissemos: os médiuns, como médiuns, exercem influência secundária nas comunicações dos Espíritos. Sua tarefa é a de uma máquina elétrica de transmissão telegráfica entre dois lugares distantes da Terra. Assim, quando queremos ditar uma comunicação, agimos sobre o médium como o telegrafista sobre o aparelho. Quer dizer, da mesma maneira que o tique do telégrafo vai traçando, a milhares de léguas, numa tira de papel, os sinais reprodutores do despacho, nós também nos comunicamos através das distâncias imensuráveis que separam o mundo visível do mundo invisível, o mundo imaterial do mundo encarnado, aquilo que desejamos vos ensinar por meio do aparelho mediúnico.
Mas, assim também como as influências atmosféricas freqüentemente atuam sobe as transmissões telegráficas e as perturbam, a influência moral do médium age algumas vezes sobre a transmissão dos nossos despachos de além túmulo e os perturbam, por que somos obrigados a fazê-los atravessar um meio contrário. Entretanto, na maioria das vezes essa influência é anulada pela nossa energia e a nossa vontade, e nenhuma perturbação se verifica. Com efeito, os ditados de elevado alcance filosófico, as comunicações de moralidade perfeita são transmitidas às vezes por médiuns pouco apropriados a essa função superior, enquanto de outro lado, comunicações pouco edificantes chegam às vezes por médiuns que se envergonham de lhes servir de condutores.
De maneira geral, pode-se afirmar que os Espíritos similares se atraem, e que raramente os Espíritos das plêiades elevadas se comunicam por mal condutores, quando podem dispor de bons aparelhos mediúnicos, de bons médiuns, numa palavra.
Os médiuns levianos, pouco sérios, chamam, pois, os Espíritos da mesma natureza. É por isso que as suas comunicações se caracterizam pela banalidade,a frivolidade, as idéias truncadas e quase sempre muito heterodoxas, falando-se espiritualmente. Certamente eles podem dizer e dizem às vezes boas coisas, mas é precisamente nesse caso que é preciso submetê-las a um exame severo e escrupuloso. Porque, no meio das boas coisas, certos Espíritos hipócritas insinuam com habilidade e calculada perfídia fatos imaginados, asserções mentirosas, como fim de enganar os ouvintes de boa fé.
Deve-se então eliminar sem piedade toda palavra e toda frase equívocas, conservando no ditado somente o que a lógica aprova ou o que a Doutrina já ensinou.
As comunicações dessa natureza só são perigosas para os espíritas que agem isolados, os grupos recentes ou pouco esclarecidos, porque, nas reuniões de adeptos mais adiantadas e experientes, é inútil a gralha de se adornar com penas de pavão, pois será sempre impiedosamente descoberta.
Não falarei dos médiuns que se comprazem em solicitar e receber comunicações obscenas. Deixá-los que se comprazam na sociedade dos Espíritos cínicos. Aliás, as comunicações dessa espécie exigem por si mesmas a solidão e o isolamento. Não poderiam, em qualquer circunstância, senão provocar o desdém e a repugnância entre os membros de grupos filosóficos e sérios.

Mas onde a influência moral do médium se faz realmente sentir é quando este substitui pelas suas pessoas aquelas que os Espíritos se esforçam por lhe sugerir. É ainda quando ele tira, da sua própria imaginação, as teorias fantásticas que ele mesmo julga, de boa fé, resultar de uma comunicação intuitiva. Nesse caso, há mil possibilidades contra uma de que isso não passe de reflexo do Espírito pessoal do médium.
Acontece mesmo este fato: a mão do médium se movimenta às vezes quase mecanicamente, impulsionada por um Espírito secundário e zombeteiro.
É essa a pedra de toque das imaginações ardentes. Porque, levados pelo ardor das suas próprias idéias, pelos artifícios dos seus conhecimentos literários, os médiuns desprezam o ditado modesto de um Espírito prudente e, deixando a presa pela sombra, os substituem por uma paráfrase empolada. Contra esse temível escolho se chocam também as personalidades ambiciosas que, na falta das comunicações que os Espíritos bons lhe recusam, apresentam as suas próprias obras como sendo deles. Eis porque é necessário que os dirigentes de grupos sejam dotados de tato apurado e de rara sagacidade, para discernir as comunicações autênticas e ao mesmo tempo não ferir os que se deixam iludir.
Na dúvida, abstém-te, diz um dos vossos antigos provérbios. Não admitais, pois, o que não for para vós de evidência inegável. Ao aparecer uma nova opinião, por menos que vos pareça duvidosa, passai-a pelo crivo da razão e da lógica. O que a razão e o bom senso reprovam, rejeitai corajosamente. Mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa.
Com efeito, sobre essa teoria podereis edificar todo um sistema que desmoronaria ao primeiro sopro da verdade, como um monumento construído sobre a areia movediça. Entretanto, se rejeitais hoje certas verdades, porque não estão para vós clara e logicamente demonstradas, logo um fato chocante ou uma demonstração irrefutável virá vos afirmar a sua autenticidade.
Lembrai-vos, entretanto, ó espíritas! De que nada é impossível para Deus e para os Espíritos bons, senão a injustiça e a iniqüidade.
O Espiritismo já está hoje bastante divulgado entre os homens, e já moralizou suficientemente os adeptos sinceros da sua doutrina, para que os Espíritos não se vejam mais obrigados a utilizar maus instrumentos, médiuns imperfeitos. Se agora, portanto, um médium, seja qual for, por sua conduta ou seus costumes, por seu orgulho, por sua falta de amor e de caridade, der um motivo legítimo de suspeição, rejeitai, rejeitai as suas comunicações, porque há uma serpente oculta na relva. Eis a minha conclusão sobre a influência moral dos médiuns. – ERASTO.


domingo, 5 de junho de 2011

Você pode até aceitar os coices que lhe derem quando eles vierem acompanhados de beijos, mas em algum momento de sua vida, as feridas que eles vão lhe causar, não serão mais possíveis de serem cicatrizadas.



A BORBOLETA E O CAVALINHO

Esta é a história de duas criaturas de Deus que viviam
em uma floresta distante há muitos anos. Eram elas um cavalinho e uma borboleta. Na verdade eles não tinham praticamente nada em comum mas, em certo momento de suas vidas se aproximaram e criaram um elo.


A borboleta era livre e voava por todos os cantos da floresta enfeitando a paisagem. Já o cavalinho tinha grandes limitações, não era bicho solto que pudesse viver entregue à natureza.
Certa vez alguém que foi visitar a floresta colocou nele um cabresto, e a partir de então, sua liberdade foi cerceada. No entanto, a borboleta embora tivesse a liberdade de voar por toda floresta e visitar seus outros amigos, todos os dias ia lá visitá-lo, e, chegando lá levava sempre um coice e depois um sorriso do seu amigo o cavalinho. E entre um e outro ela optava sempre por esquecer o coice e guardar sempre dentro do seu coração o sorriso. E sempre o cavalinho insistia com a borboleta para ajudá-lo a carregar o seu cabresto devido ao seu enorme peso.

Ela sempre muito carinhosa tentava ajudá-lo de todas as formas, mas nem sempre era possível pois, era ela, uma criaturinha muito frágil. O s anos se passaram e numa manhâ de verão ela não apareceu para visitar o seu companheiro. Ele nem percebeu, preocupado que estava em se livrar do seu cabresto. E vieram outras manhâs e mais outras e milhares de outras, até que chegou o inverno e o cavalinho sentiu-se só e finalmente percebeu a ausência da borboleta.
Resolveu então sair do seu canto e procurar pela borboleta. Caminhou por toda a floresta a observar cantinho por cantinho onde ela poderia ter se escondido e não a encontrou.

Cansado então, deitou em baixo de uma árvore. Logo em seguida um elefante se aproximou e perguntou quem era ele e o que fazia por ali. - Eu sou o cavalinho do cabresto e estou a procura de uma borboleta que sumiu. - Ah! É você então o famoso cavalinho...

- Famoso eu... - É que eu tive também uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava muito bem de você. Mas afinal, qual borboleta que você estã procurando...

- É uma borboleta colorida, alegre que sobrevoa todos os dias a floresta visitando todos os animais amigos. - Nossa! mas era justamente dela que eu estava falando. Não ficou sabendo, ela morreu já faz muito tempo.

- Morreu..., como foi isso...

- Dizem que ela conhecia aqui na floresta um cavalinho assim como você, e todos os dias quando ela ia visitá-lo ele dava-lhe um coice. Ela sempre voltava com marcas horríveis, e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo, mas ela jamais contou a ninguém. Insistiamos muito para saber quem era o autor daquela malvadeza e ela respondia que só ia falar das visitas boas que tinha feito naquela manhã, e era ai que ela começava a falar com a maior alegria de você.

Nesse momento o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e arrependimento. - Não chore meu amigo, sei que você deve estar sofrendo. Ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos coices que ela recebeu desse outro cavalinho que ela acabou perdendo as asinhas, depois ficou muito doente, triste, sucumbiu e morreu.

- Ela não mandou me chamar nos seus últimos dias...

- Não, todos os animais da floresta quiseram lhe avisar mas, ela disse o seguinte: "Não perturbem o meu amigo com coisas pequenas. Ele tem um grande problema que eu nunca pude ajudá-lo a resolver. Carrega no seu dorso um grande cabresto, então será cansativo demais para ele vir até aqui". Você pode até aceitar os coices que lhe derem quando eles vierem acompanhados de beijos, mas em algum momento de sua vida, as feridas que eles vão lhe causar, não serão mais possíveis de serem cicatrizadas. Quanto ao cabresto que você tiver que carregar durante a sua existência, não culpe ninguém por isso, afinal muitas vezes foi você mesmo quem o colocou no seu dorso, ou permitiu que fosse colocado.


Pense nisso.
Autor desconhecido.