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domingo, 5 de junho de 2011

Você pode até aceitar os coices que lhe derem quando eles vierem acompanhados de beijos, mas em algum momento de sua vida, as feridas que eles vão lhe causar, não serão mais possíveis de serem cicatrizadas.



A BORBOLETA E O CAVALINHO

Esta é a história de duas criaturas de Deus que viviam
em uma floresta distante há muitos anos. Eram elas um cavalinho e uma borboleta. Na verdade eles não tinham praticamente nada em comum mas, em certo momento de suas vidas se aproximaram e criaram um elo.


A borboleta era livre e voava por todos os cantos da floresta enfeitando a paisagem. Já o cavalinho tinha grandes limitações, não era bicho solto que pudesse viver entregue à natureza.
Certa vez alguém que foi visitar a floresta colocou nele um cabresto, e a partir de então, sua liberdade foi cerceada. No entanto, a borboleta embora tivesse a liberdade de voar por toda floresta e visitar seus outros amigos, todos os dias ia lá visitá-lo, e, chegando lá levava sempre um coice e depois um sorriso do seu amigo o cavalinho. E entre um e outro ela optava sempre por esquecer o coice e guardar sempre dentro do seu coração o sorriso. E sempre o cavalinho insistia com a borboleta para ajudá-lo a carregar o seu cabresto devido ao seu enorme peso.

Ela sempre muito carinhosa tentava ajudá-lo de todas as formas, mas nem sempre era possível pois, era ela, uma criaturinha muito frágil. O s anos se passaram e numa manhâ de verão ela não apareceu para visitar o seu companheiro. Ele nem percebeu, preocupado que estava em se livrar do seu cabresto. E vieram outras manhâs e mais outras e milhares de outras, até que chegou o inverno e o cavalinho sentiu-se só e finalmente percebeu a ausência da borboleta.
Resolveu então sair do seu canto e procurar pela borboleta. Caminhou por toda a floresta a observar cantinho por cantinho onde ela poderia ter se escondido e não a encontrou.

Cansado então, deitou em baixo de uma árvore. Logo em seguida um elefante se aproximou e perguntou quem era ele e o que fazia por ali. - Eu sou o cavalinho do cabresto e estou a procura de uma borboleta que sumiu. - Ah! É você então o famoso cavalinho...

- Famoso eu... - É que eu tive também uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava muito bem de você. Mas afinal, qual borboleta que você estã procurando...

- É uma borboleta colorida, alegre que sobrevoa todos os dias a floresta visitando todos os animais amigos. - Nossa! mas era justamente dela que eu estava falando. Não ficou sabendo, ela morreu já faz muito tempo.

- Morreu..., como foi isso...

- Dizem que ela conhecia aqui na floresta um cavalinho assim como você, e todos os dias quando ela ia visitá-lo ele dava-lhe um coice. Ela sempre voltava com marcas horríveis, e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo, mas ela jamais contou a ninguém. Insistiamos muito para saber quem era o autor daquela malvadeza e ela respondia que só ia falar das visitas boas que tinha feito naquela manhã, e era ai que ela começava a falar com a maior alegria de você.

Nesse momento o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e arrependimento. - Não chore meu amigo, sei que você deve estar sofrendo. Ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos coices que ela recebeu desse outro cavalinho que ela acabou perdendo as asinhas, depois ficou muito doente, triste, sucumbiu e morreu.

- Ela não mandou me chamar nos seus últimos dias...

- Não, todos os animais da floresta quiseram lhe avisar mas, ela disse o seguinte: "Não perturbem o meu amigo com coisas pequenas. Ele tem um grande problema que eu nunca pude ajudá-lo a resolver. Carrega no seu dorso um grande cabresto, então será cansativo demais para ele vir até aqui". Você pode até aceitar os coices que lhe derem quando eles vierem acompanhados de beijos, mas em algum momento de sua vida, as feridas que eles vão lhe causar, não serão mais possíveis de serem cicatrizadas. Quanto ao cabresto que você tiver que carregar durante a sua existência, não culpe ninguém por isso, afinal muitas vezes foi você mesmo quem o colocou no seu dorso, ou permitiu que fosse colocado.


Pense nisso.
Autor desconhecido.



























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