free counters free counters

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Ivon Costa - 100 Anos

Ivon Costa – 100 anos de seu nascimento       

      Foi o primeiro grande tribuno espírita brasileiro que viajou à Europa para divulgar o Espiritismo. Dotado de invejável dom de oratória, belíssima voz, arrebatava os auditórios pelo seu conhecimento evangélico-doutrinário.
Ivon Costa nasceu no dia 15 de julho de 1898, na então cidade de São Manuel (hoje Eugenópolis), no Estado de Minas Gerais.
     De família católica, foi seminarista. Às vésperas de sua ordenação sacerdotal, faltando apenas dezenove dias, foi constatado que ele não possuía certidão de batismo e, como tal, não poderia ser ordenado. Estabeleceu-se tamanha confusão, que ele desistiu de ser padre.
    Transferiu-se para o Rio de Janeiro, ingressando na Faculdade de Medicina, onde se diplomou. Inteligente e culto, falava diversos idiomas como francês, inglês, alemão e espanhol, além do latim e do português.
Sua conversão ao Espiritismo se deu de uma forma muito simples. Atravessava uma rua, quando se viu em frente a um Centro Espírita.
    Diversas pessoas penetravam no auditório, pois em pouco tempo haveria uma reunião pública. Estava numa fase difícil de sua vida e, por simples curiosidade, acompanhou aquela multidão que ali comparecia para ouvir o orador falar sobre a Codificação Kardequiana. À medida que o orador falava, ele prestava a maior atenção, a ponto de sentir sensível transformação, pois aquela palestra respondia a todas as suas indagações.
    A partir desse dia, converteu-se ao Espiritismo e iniciou imediatamente sua tarefa de pregador. Leu bastante, especialmente os livros de Allan Kardec e os grandes clássicos do Espiritismo. Possuidor de sólida cultura e com o cabedal prático que trouxe do seminário, tudo foi muito fácil.
    Desabrochou sua mediunidade, que muito o ajudou intuitivamente. Procurava diálogo com os seus ouvintes, a fim de esclarecer melhor os argumentos abordados em suas conferências.
    Contraiu matrimônio, no ano de 1927, com a jovem Honorina Kauer Costa. Tiveram uma filha única, Ceo Kauer Costa, que nasceu quando o casal estava em Lisboa. Ela se formou em Direito e reside em S. Leopoldo, Rio Grande do Sul.
     Ivon Costa percorreu todo o Brasil, fazendo palestras doutrinárias. Tribuno extraordinário, sabia abordar os temas com eloqüência e raro brilhantismo. Polemista, manteve grandes discussões públicas, sendo sempre o grande vencedor, especialmente dos adversários do Espiritismo.
    Excursionou também por vários países da Europa, como Portugal, França, Espanha, Holanda, Bélgica, Luxemburgo e outros.
    Ivon Costa residiu na Alemanha, depois em Paris, exercendo a função de intérprete do cinema americano, trabalhando para a Paramount. Em todos os lugares por onde passou deixou a semente da Doutrinas Espírita. Chegou a participar do Congresso Internacional de Espiritismo, realizado em Haia, Holanda.
    Em 1932, Ivon retornou definitivamente ao Brasil, passando a residir em Porto Alegre, onde clinicava gratuitamente aos pobres. Ali desencarnou, no dia 9 de janeiro de 1934, aos 35 anos de idade. O Espiritismo muito deve a Ivon Costa, pois foi o tribuno espírita que mais excursionou, sendo sua tarefa semelhante à de Vianna de Carvalho e de Divaldo Pereira Franco.
 Fonte de consulta:
Livro Personagens do Espiritismo, de Antônio de Souza Lucena e Paulo Alves Godoy - Edições FEESP






 
1 – Os Espíritos sempre disseram: “A forma não é nada, o pensamento é tudo. Faça cada qual a sua prece de acordo com as suas convicções, da maneira que mais lhe agrade, pois um bom pensamento vale mais do que numerosas palavras que não tocam o coração”.
Os Espíritos não prescrevem nenhuma fórmula absoluta de preces, e quando nos dão alguma, é para orientar a nossa idéia, e, sobretudo para chamar a nossa atenção sobre certos princípios da doutrina espírita. Ou ainda com o fim de ajudar as pessoas que sentem dificuldades em exprimir suas idéias, pois estas não consideram haver realmente orado, se não formularam, bem os seus pensamentos.
A coletânea de preces deste capítulo é uma seleção das que os Espíritos ditaram em várias ocasiões. Podem ter ditados outras, em termos diferentes, apropriadas a diversas idéias e ou a casos especiais. A finalidade da prece é levar nossa alma a Deus. A diversidade das fórmulas não deve estabelecer nenhuma diferença entre os que Nele crêem, e menos ainda entre os adeptos do Espiritismo, porque Deus aceita a todas, quando sinceras.
Não se deve considerar, portanto, esta coletânea, como um formulário absoluto, mas como uma variante das instruções dos Espíritos. É uma forma de aplicação dos princípios da moral evangélica desenvolvida neste livro, um complemento dos seus ditados sobre os nossos deveres para com Deus e o próximo, e no qual são relembrados todos os princípios da doutrina.
O Espiritismo reconhece como boas as preces de todos os cultos, desde que sejam ditas de coração, e não apenas com os lábios. Não impõe nem condena nenhuma. Deus é sumamente grande, segundo o Espiritismo, para repelir a voz que implora ou que canta louvores, somente por não o fazer desta ou daquela maneira. Quem quer que condene as preces que não constem do seu formulário, demonstra desconhecer a grandeza de Deus. Acreditar que Deus se apegue à determinada fórmula, é atribuir-lhe a pequenez e as paixões humanas.
Uma das condições essenciais da prece, segundo São Paulo (Cap. XXVII, nº 16) é a de ser inteligível, para que possa tocar o nosso espírito. Para isso, entretanto, não basta que ela seja proferida na língua habitual, pois há preces que, embora em termos populares, não dizem mais à nossa inteligência do que as de uma língua estranha, e por isso mesmo não nos tocam o coração. As poucas idéias que encerram são em geral sufocadas pela superabundância das palavras e o misticismo da linguagem.
A principal qualidade da prece é a clareza. Ela deve ser simples e concisa, sem fraseologia inútil ou excesso de adjetivação, que não passam de meros ouropéis. Cada palavra deve ter o seu valor, exprimir uma idéia, tocar uma fibra da alma. Enfim: deve levar à reflexão. E somente assim pode atingir o seu objetivo, pois, de outro modo não passa de palavrório. Veja-se, entretanto, com que distração e volubilidade elas são proferidas, na maioria das vezes. Percebemos que os lábios se agitam, mas, pela expressão fisionômica e pela própria voz, percebe-se que é um ato maquinal, puramente exterior, de que a alma não participa.
 ESE. Tradução de José Herculano Pires
Cap. XXVIII – coletânea de preces espíritas
 
*Ouropel = Falso ouro  

 “hoje crêem e sua fé é inabalável, porque está assentada na evidência e na demonstração, e porque satisfaz a razão. (...). Tal é a fé dos espíritas, e a prova de sua força é que se esforçam por se tornarem melhores, domarem suas más inclinações e porem em prática as máximas do Cristo, olhando todos os homens como irmãos, sem acepção de raças, de castas, nem de seitas, perdoando aos seus inimigos, retribuindo o mal com o bem, a exemplo do divino modelo.” ( KARDEC, Allan. Revista Espírita de 1868. 1ª Ed. RJ: FEB, 2005 p.28, Janeiro de 1968).
 











Um comentário:

  1. Muito bom artigo, fiquei feliz ao encontrá-lo. Sou bisneta de Ivon Costa. De verdade ele teve três filhas: Déa, Luz e Céo. As duas primeiras são frutos de seu relacionamento com minha bisavó - Zinnea Ullmann. Lindo espaço de informação. Sou grata!

    ResponderExcluir