O convertido de Damasco foi o
agricultor humano que conseguiu aclimatar a flor divina do Evangelho sobre o
mundo. Muitas vezes foi áspero. A terra não estava amanhada e se em alguns
pontos oferecia letras brandas e férteis, na maioria, era regiões em espinheiro
e pedregulho. Paulo foi o lidador de sol a sol. Seu fervoroso amor foi a sua
bússola divina. Sua paixão no mundo, iluminada pela sua dedicação ao Cristo,
transformou-se na base onde deveria brilhar para sempre a claridade do
Cristianismo.
Conheci-o, em Roma, nos seus dias
de trabalho mais rude e de provações
mais acerbas. Vi-o uma vez unicamente, quando um carro de Estado transportava o
senador Públio Lentulus, ao longo da Porta Ápia, mas foi o bastante para nunca
mais esquecê-lo. Um incidente fortuito levara os cavalos a uma disparada
perigosa, mas um jovem cristão, atirando-se ao caminho largo, conseguiu
conjurar todas as ameaças. Avistamos, então, um pequeno grupo, onde se
encontrava a sua figura inesquecível. Trocamos algumas palavras que me deram a
conhecer a sua inteireza de caráter e a grandeza da sua fé.
O fato ocorria pouco depois da
trágica desencarnação de Lívia e eu trazia o espírito atormentado. As palavras
de Paulo eram firmes e consoladoras. O grande convertido não conhecia a úlcera
que me sangrava no coração, todavia, as suas expressões indiretas foram,
imediatamente, ao fundo de minh’alma, provocando um dilúvio de emoções e de
esclarecimentos.
Luzeiro da fé viva, Paulo não pode ser olvidado em tempo algum. Seu
vulto humano é o de todo homem sincero que se toque do amor divino pelo
Cordeiro de Deus.
Lede-o sempre e não vos
arrependereis.
Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier em Pedro
Leopoldo 13/03/1940. Livro Amor e
Sabedoria de Emmanuel. Clovis Tavares
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