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domingo, 29 de abril de 2012

Limpar a Mente Autor: Miramez (espírito)



Os bons costumes tornam a mente límpida e clareiam o verbo, enriquecendo-o, para que os ouvintes sejam estimulados ao exercício do bem eterno. A poluição mental turva a consciência e conturba o raciocínio, deixando a alma trôpega no vaso da carne. O homem civilizado não tem o costume diário de higienizar o corpo? Pois a mente, na verdade, tem grande necessidade de limpeza, tanto quanto o corpo, por ser o centro da vida que comanda toda a massa somática.
E esse trabalho começa como a chuva: divide-se em bilhões de gotículas, mas farta a humanidade e a natureza, limpa a atmosfera e destampa as minúsculas aberturas das árvores, de onde promana o oxigênio puro, no vigor da própria existência. Assim, a chuva, para a mente, há de surgir nessas mesmas proporções: bilhões ou trilhões de pequenos esforços, somando uma torrente de energias vivas, conduzindo todo o entulho da consciência por canais apropriados. E a pureza do raciocínio faz nascer um clima enriquecido para as belezas imortais do amor, da alegria e da fraternidade. Sugestiona o ser à procura de Deus e a obedecer as leis.
A castidade mental é obra de grande importância para a nossa supremacia espiritual, sem as sutilezas da arrogância e as manobras do orgulho. Devemos nos esforçar todos os dias, a partir do momento em que nos alistamos no exército do Cristo. Como espíritos, no mesmo mundo, a  procura da luz, compreendamos, na urgência das nossas necessidades, que renovação é tema central da alma - ovelha que reconhece o pastor, atendendo os seus magnânimos convites, pela inteligência e pelo coração.
A elegância dos pensamentos ajusta o meio ambiente em que viveis, para chamados fraternos e para uma conversação sadia, desamarrando do núcleo da vida, a expressão do amor, de modo a participar, na mesma freqüência, da razão. Para que tudo isso se faça, o esforço próprio é imprescindível, dia a dia. A auto educação haverá de se processar passo a passo, e a vigilância deve arregimentar todas as forças possíveis nessa imensurável batalha que somente termina na pureza espiritual, para começar outros labores, em escalas que escapam ao raciocínio humano.
A vida é um turbilhão de vidas sucessivas, que se associam por lei de esforços e de obediências correlatas. No homem, o começo do sofrimento é princípio de maturidade. É, pois, a força do progresso atingindo a sua farda física, para que o corpo espiritual se atualize nas necessidades maiores. Os grandes golpes na alma clareiam seu caminho para certas mudanças na arte de viver melhor.
Escrevemos para todos, é certo. No entanto, endereçamos nossas mensagens, com mais intimidade, aos despertos, aos companheiros conscientes dos seus deveres ante a escalada do Mestre. Se começais hoje a vos renovar na vida que levais, amanhã sereis torturados impiedosamente pelas forças contrárias, donde resulta a desistência de muitos estudantes da verdade, por ignorarem que o ataque, a maledicência, a injúria, o desprezo são outras tantas forças do bem, revestidas aparentemente de inimigos. Todavia, o que Jesus disse nos conforta sobre maneira: “Aquele que perseverar até o fim, será salvo”.
Associemos nossos esforços aos regimes das leis de Deus, respeitando-as em todas as suas nuances. Se algo faltar de nossa parte, nunca haverá de ser a persistência, como onda de luz a transformar as nossa boas intenções em realidades.
Higienizemos a nossa mente, sem afrontá-la agressivamente. A experiência nos aconselha que o trabalho paciente e constante vencerá obstáculos que se nos afiguram em posição irremovível. Na verdade, a mente plasma o que os olhos vêem, como máquina fotográfica pronta para disparar tendo em mira o objetivo visado. Não obstante, poderemos fechar o diafragma. Assim sucede com os ouvidos, assim se processa na formação das idéias. Orar e vigiar é atitude certa para que a mente não se suje mais. E o trabalho de limpeza deve ser eficiente, diminuindo a carga corrosiva acumulada em muitos séculos. Um pouco de boa vontade vos colocará, com habilidade, nesse saneamento, e o conceitos que propomos nesse livro são, um tanto um quanto, companheiros da limpeza espiritual, convidando a todos para a libertação.

Livro: Horizontes da Mente, psicografado pelo médium João Nunes Maia.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Cânticos de Louvor


Quando a vida começava no mundo, os pássaros sofriam bastante.
Pousavam nas árvores e sabiam voar, mas como haviam de criar os filhotinhos? Isso era muito difícil.
Obrigados a deixar os ovos no chão, viam-se, quase sempre, perseguidos e humilhados.
A chuva resfriava-os e os grandes animais, pisando neles, quebravam-nos sem compaixão.
E as cobras? Essas rastejavam no solo, procurando-os para devorá-los, na presença dos próprios pais, aterrados e trêmulos.
Conta-se que, por isso, as aves se reuniram e rogaram ao Pai Celestial lhes desse o socorro necessário.
Deus ouviu-as e enviou-lhes um anjo que passou a orientá-las na construção do ninho.
Os pássaros não dispunham de mãos; entretanto, o mensageiro inspirou-os a usar os biquinhos e, mostrando-lhes os braços amigos das árvores, ensinou-os a transportar pequeninas migalhas da floresta, ajudando-os a tecer os ninhos no alto.
Os filhotinhos começaram a nascer sem aborrecimentos, e, quando as tempestades apareceram, houve segurança geral.
Reconhecendo que o Pai Celeste havia respondido às suas orações, as aves combinaram entre si cantar todos os dias, em louvor do Santo Nome de Deus.
Por essa razão, há passarinhos que se fazem ouvir pela manhã, outros durante o dia e outros, ainda, no transcurso da noite.
Quando encontrarmos uma ave cantando, lembremo-nos, pois, de que do seu coraçãozinho, coberto de penas, está saindo o eterno agradecimento que Deus está ouvindo nos céus.


Autor: Meimei
Psicografia de Chico Xavier. Da obra: Pai Nosso

domingo, 15 de abril de 2012

Santo Agostinho costumava dizer que um dos grandes erros da humanidade era procurar a felicidade na criação ao invés de procura-la no criador que é justo e bom.


Parábola do Filho Pródigo
Conceito de parábola: do grego parabolé
Pará: ao longe de, passando perto de, ao lado de,....
Bolé: que foi jogado
Parabola: é uma história que passa perto, sem atingir em cheio.
Pródigo: que dispende mais do que é necessário ou conveniente, gastador,  perdulário, dissipador, esbanjador.
Prodigalidade: Tendência particular da pessoa para despesas injustificadas e ruinosas, a qual pode conduzir por meio do processo jurídico a uma situação de incapacidade de exercício (interdição).
          - O que Jesus pretendia ao proferir esta parábola?
          - Porque tantas pessoas a usam em suas prédicas?
          - O que contém ela de tão especial?
          Ele fala de um homem que estava em busca de sua realização pessoal, mas não encontrou onde fora procurar, e no momento em que para, reflete, descobre que tudo aquilo que ele buscava fora, estava ali com seu Pai.
          Porque achamos que a felicidade, ou que tudo que queremos está longe de casa?
          Porque não olhamos ao nosso redor, para onde vivemos, para os nossos pais, irmãos e procuramos ali a nossa realização?
          Assim como o filho pródigo, quantas vezes nós fazemos a mesma coisa achando que a felicidade é uma realidade distante. Achamos que a felicidade está longe de nós e, nesse anseio acabamos nos perdendo nos caminhos do vício e das paixões doentias, ficando então algemados a isso por tempo indeterminado.
          Tentamos encontrar a felicidade no trabalho, passamos longos anos nos esforçando, nos preparando para ter o cargo que queremos para logo perder o entusiasmo e então, voltamos o nosso anseio para outro móvel que preencha o nosso desejo de busca outra vez.
          Buscamos a nossa realização familiar, desejamos e sonhamos com a família perfeita, estável, solidificada em bases firmes, normalmente pensamos no financeiro, e quando a constituímos percebemos que não há nada mais instável que a família. Ali se congregam a maioria das vezes pessoas que tem o objetivo de se ajudarem mutuamente nos resgates de débitos passados. Passamos então, a procura de outra coisa que nos preencha o vazio causado pela tentativa frustrada de busca da felicidade. Aquilo que temos não serve e dessa forma achamos que dissolvendo essa família e formando outra iremos encontra-la. Agimos como o filho pródigo e desperdiçamos nossos bens por achar que merecemos ser feliz.
          Mas, em dado momento caímos em si. Nesse momento nos perguntamos: O que realmente estamos buscando, atrás de que estamos correndo, onde fomos parar? Quando nos vemos sozinhos, perdidos, espoliados voltamos para a casa do Pai, humilhados e pedimos perdão.
          Qual terá sido a última vez que paramos para pensar em nossas vidas?
          Diante de um mundo que suga as nossas energias com os compromissos e afazeres, temos conseguido refletir sobre quem somos, onde estamos o que temos buscado e o que temos encontrado?  Essas buscas são realmente algo que nos fará felizes? E não percebemos que de toda a criação de Deus na Terra somente a nós humanos foi dado o direito de pensar.
          Se o filho mais novo não tivesse parado para pensar um pouco que os servos do seu pai passavam menos fome do que ele, se não tivesse caído em si, certamente estaria entre os porcos que nessa parábola representam todo o tipo de vícios que nós voluntariamente nos tornamos escravos.
          Por mais triste que isso possa parecer, foi esta situação e o ato de refletir sobre ela que lhe fez perceber que a felicidade que ele tanto procurou estava com o sei pai (Deus). Ao contrário do que ele pensou, não estava longe, esteve sempre ali ao seu lado e ele não podia ver. Na sua sede de busca irrefletida não percebia que a sua felicidade estava próximo de si, com seu Pai.
          Quanto tempo ainda é preciso perder? Quantos caminhos percorrer? Quanto ainda teremos que sofrer para entender que a felicidade está com o Pai?
          Deus não nos quer distantes, não nos quer perdidos em busca de momentos felizes, mas quer que estejamos com Ele para conhecermos uma felicidade perene e eterna que seja capaz de alegrar e confortar o nosso coração em todos os momentos de nossas vidas. Deus é a nossa felicidade. E entendamos que Deus sem nós é Deus, nós sem Deus não somos nada.
          Santo Agostinho costumava dizer que um dos grandes erros da humanidade era procurar a felicidade na criação ao invés de procura-la no criador que é justo e bom. E que, não era justo abandonarmos Deus para amarmos aquilo que d’Ele deriva. Mas até esse momento, o filho perdido só havia descoberto o lugar onde se encontrava a felicidade, mas não havia ainda acontecido o verdadeiro encontro com ela. Era necessário uma atitude da parte dele. Ele precisava agir do contrário ele estaria apenas divagando, ou apenas filosofando.
          Então Jesus disse: Ele se levantando foi para seu pai. Ele não ficou alimentando os porcos, que representam nesse momento as paixões desordenadas, a carência de virtudes, que proporcionam a queda e a submissão ao mau.
          Os porcos para os judeus representam o que há de mais imundo, esse tipo de serviço além de ser vergonhoso e abominável, marginaliza aquele que o faz. O que deciframos como a prática e o culto aos vícios mundanos de toda ordem.
          O país longínquo representa o estado de alma daqueles que se recusam a ouvir a voz de Deus. Não querem ouvir recriminações e muito menos os conselhos que Deus nos envia através dos nossos pais, irmãos, amigos, aqueles alertas fraternos que vez que outra, recebemos e,  na maioria da vezes achamos que isso é invasão de privacidade, etc...
          Deus sempre espera que tomemos a atitude, não se importa por onde andamos, e quão distantes estivemos d’Ele. Está sempre com os braços abertos a nos esperar. Ele quer que nós o encontremos e possamos ver e entender que a felicidade que queremos está Nele.
Temos nós buscado Deus?
Será que estamos indo ao Seu encontro?
          Levantemo-nos, Ele não nos quer caídos e nem longe Dele, nem perdidos. Deus quer ver-nos em pé, indo na Sua direção a passos firmes.
          Com a Sua mão firme nos sustenta e se compadece de nós e, ao mesmo tempo expressa Sua ternura e delicadeza quando diz ao filho mais velho para se regozijar porque aquele filho estava perdido e retornara. Dá-lhe proteção quando pede que lhe tragam uma túnica, representando assim a mãe que acolhe em seu seio o filho que erra, trazendo-o novamente para a sua guarda.
          O Pai que acolhe o filho pródigo também é mãe.
          Ele segura o filho com a firmeza masculina, mas, o acaricia com a ternura feminina.
          Com uma mão Ele protege e com a outra consola. Quem faria isso com tamanha grandeza..., somente Deus em toda a Sua bondade e justiça. Assim a volta do filho pródigo passa a ser vista como a volta do espírito rebelde para o seio de Deus, o retorno às origens do ser para elevar-se à excelsitude.
          A sandália que manda trazerem representa aqui a liberdade, pois os escravos não usavam calçados. Essa escravidão entendida como as paixões desordenadas. Em todos os seres por mais primitivo que seja, há neles o germe do bem que se cultivado nos ajuda a sermos melhores e caminharmos em busca da libertação.
          O Mestre fala que quando veio uma grande fome, ele começou a passar privações, foi empregar-se na casa de um homem pagão que lhe mandou cuidar dos porcos. Ele queria matar sua fome com as alfarrobas dos porcos, mas ninguém lhas dava. Vemos aí um homem arruinado moral e financeiramente, em um lugar distante do seu pai, passando por humilhações, derrotado e sozinho. Um homem que saíra de casa confiante em si e que se escraviza nos vícios e nas paixões desordenadas. Ele tem fome e não pode ser saciado. Perde tudo, até a sua dignidade. Tinha tudo e agora não tem nada.
          Nesse momento podemos fazer uma comparação a uma encarnação alienada em vícios, desperdiçada e degradada. Ele volta para a casa do Pai como um farrapo humano, despojado de sua dignidade, já não tem mais uma personalidade respeitada, está doente e sozinho, muito cansado. Ajoelha-se aos pés do pai e diz:
          - Pai, pequei contra ti, não sou mais digno de ser chamado teu filho.
          O anel representa um objeto de distinção. É o que o distingue dos outros, pois que só basta o arrependimento sincero e a vontade de trilhar o caminho que nos leva a Deus para que possamos ser distinguidos daqueles que jazem mergulhados no erro.
          Resolvemos tomar o caminho da felicidade, daquilo que representa a verdadeira vida – família, amigos, relacionamentos, práticas e vivências saudáveis. Então, contemplamos o nosso mundo interior se modificando, nossos anseios em comunhão com o Divino, recebemos então de Deus a recompensa pelo nosso esforço que é o que nos distinguirá perante Ele, e reberemos então o anel.
          Quanto ao irmão mais velho que reclama ao pai que sempre esteve ao seu lado e nunca recebera nada do que está sendo oferecido àquele que dissipara todos os seus bens e voltava arruinado. Ele vê apenas as perdas materiais, e ao mesmo tempo lamenta o dever cumprido, reprova no pai o ensejo de dar graças a volta do irmão, quer o pai só para si.
          Até o regresso do irmão estava tudo a contento, porque era só ele que desfrutava da bondade do pai. (Egoísta)
          Escondia as suas sombras interiores, seu egoísmo. Usava uma máscara, não caíra em si ainda. Mas, compreendamos: não há nada oculto em nós que um dia não venha a ser conhecido. Um dia a mascara cai e nos revelamos por completo. E aos olhos de Deus somos o que somos e Ele nos ama da mesma forma.
          Então, guardemos essas expressões: distante, caindo em si, levantando-se.
          Mesmo que saiamos para longe do Pai, caiamos em si e, levantemo-nos para caminhar de volta para os braços do Pai que sempre nos espera e vem ao nosso encontro para nos acolher e proteger, dando a Sua criação sempre a oportunidade do recomeço e de um novo fim.


terça-feira, 10 de abril de 2012

Ama Sempre - O julgamento é dos homens, mas a justiça é de DEUS.

Encontrarás talvez, junto de ti, os que te pareçam errados.
Esse cometeu falta determinada, aquele se acomodou numa situação considerada infeliz.
Respeita o tribunal que lhes indicou tratamento, sem recusar-lhes auxílio.
Quem conhecerá todas as circunstâncias para sentenciar, em definitivo, quanto às atitudes de alguém, analisando efeitos sem penetrar as causas profundas?
Deliciava-se certa jovem com o perfume das rosas que lhe vinham desabrochar na janela. Orgulhosa das ramas que escalavam paredes, de modo a ofertar-lhe as flores, quis corrigir o jardim, no pedaço de chão em que a planta se levanta. Pequeno monte de terra adubada, a destacar-se de nível, foi violentamente arrancado, mas justamente aí palpitava o coração da roseira.
Decepada a raiz, morreram as flores.
Quantas criaturas estarão resignadas a moradia em situação categorizadas por lodo, para que as rosas da alegria e da segurança possam brilhar nas janelas de nossa vida?
Aceita os outros tais quais são.
Espera e serve.
Abençoa e ama sempre.
O errado hoje, em muitos casos, será o certo amanhã.
O julgamento é dos homens, mas a justiça é de DEUS.


Autor: Meimei
Psicografia de Chico Xavier

sexta-feira, 6 de abril de 2012

O culto à mentira é dos mais danosos comportamentos a que o indivíduo se submete. Ilusão do ego, logo se dilui ante a linguagem espontânea dos fatos.

Joanna de Ângelis & Divaldo Pereira Franco

Verdade Libertadora
Realizado o estudo do Evangelho no lar de Josef Kackulack, na noite de 5 de junho, em Viena, Áustria, o tema foi Não ponhais a candeia debaixo do alqueire, capitulo XXIV, de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, após o qual a Mentora espiritual escreveu a presente mensagem.
A verdade sempre predomina.
O culto à mentira é dos mais danosos comportamentos a que o indivíduo se submete. Ilusão do ego, logo se dilui ante a linguagem espontânea dos fatos. Responsável por expressiva parte dos sofrimentos humanos, fomenta a calúnia — que lhe é manifestação grave e destrutiva — a infâmia, a crueldade...
A maledicência é-lhe filha predileta, por expressar-lhes os conteúdos perturbadores, que a imaginação irrefreada e os sentimentos infelizes dão curso.
Além desses aspectos morais, a mentira não resiste ao transcurso do tempo. Sem alicerce que a sustente, altera a sua forma ante cada evento novo e de tal maneira se modifica, que se desvela. Por ser insustentável, quem se apóia na sua estrutura frágil padece insegurança contínua.
Porque é exata na sua forma de apresentar-se, a verdade é o inimigo formal da mentira. Enquanto a primeira esplende ao sol dos acontecimentos e exterioriza-se sem qualquer exagero, a segunda é maneirosa, prefere a sombra e comunica-se com sordidez. Uma é fruto da realidade; a outra, da fantasia, que não medita nas consequências de que se reveste.
A mentira teme o confronto com a verdade. Aloja-se nas sombras, espraia-se, às escondidas, e encontra, infelizmente, guarida.
A verdade jamais se camufla; surge com força e externa-se com dignidade. Não tem alteração íntima, permanecendo a mesma em todas as épocas. Ninguém consegue ocultá-la, porque, semelhante à luz, irradia-se naturalmente. Nem sempre é aceita, por convidar à responsabilidade. Amiga do discernimento, é a pedra angular da consequência de si mesmo, fator ético-moral da conduta saudável.
Enquanto a mentira viger, a acomodação, o crime afrontoso ou sob disfarce, o abuso do poder e a miséria de todo tipo predominarão na Terra exaltando os fracos, que assim se farão fortes, os covardes, que se tornarão estóicos, os astutos, quetriunfarão em detrimento dos sábios, dos nobres e dos bons...
Face a tais logros, que propicia, não obstante efêmeros, os seus famanazes e cultuadores detestam e perseguem a verdade. Não medem esforços para impedir-lhe a propagação, por saberem dos resultados que advirão com o seu estabelecimento entre as criaturas.
São baldas, porém, tão insanas atitudes.
A verdade espera... Seus opositores enfermam, envelhecem e morrem, enquanto ela permanece.
A mentira é de breve existência. Predomina por um pouco, esfuma-se e passa...
Na sua constituição molecular, conforme se apresenta, o corpo é uma realidade-mentira, por ser um revestimento transitório, que sofre alterações incessantes até o momento da sua transformação fatalista pelo morte.
O espírito é o ser; o corpo é o não-ser, conforme definiu Platão.
A busca da verdade — o que é permanece — é a meta da existência física.
A verdade cresce à medida que o ser se desenvolve. Sem abandonar as suas raízes, faz-se profunda, é sempre atual e enfrenta a razão em todas as épocas com os equipamentos da lógica e da realidade.
Ela objetiva sempre alcançar o ser em sua plenitude, permanecendo como diretriz para a vida, sustentação dos ideais e segurança para todos os cometimentos. É a grande libertadora da criatura. Sem a sua vigência predominam as trevas, a barbárie, o abuso dos costumes.
A verdade é pão que nutre, medicamente que cura, guia que conduz com equilíbrio. Jamais fica desconhecida, por maiores sejam os obstáculos que se lhe anteponham. Escapa a qualquer controle, por ser soberana, e, mesmo quando aparentemente morta, renasce.
O encontro com a verdade produz choque, por significar o desaparecimento da ilusão, a saída do comodismo, da paralisia, do prazer frustrante.
Jesus, em resposta admirável, afirmou: — Busca a verdade e a verdade te libertará.
Ninguém tem o direito de ocultar a verdade, qual se fosse uma luz que devesse ficar escondida. Onde se encontre, irradia claridade e calor.
O seu conhecimento induz o portador a apresentá-la onde esteja, a divulgá-la sempre. Pelos benefícios que proporciona, estimula à participação, à solidariedade, difundindo-a.
Quem a encontrou, sente-se convidado a torná-la conhecida, a esparzi-la como pólen de vida.
Embora muitas criaturas cheias de si, vítimas do orgulho e da prosápia, não demonstrem interesse em travar contato com ela, não a ocultes por timidez, receio ou preconceito dos outros. A tua fé espírita fundamenta-se na verdade. Vem de Jesus - Cristo, que a anunciou.
Sem agredir ninguém, ou impô-la, coloca-a, sem qualquer constrangimento, no velador, a fim de que todos a conheçam, e com ela se relacionem aqueles que estiverem interessados ou necessitados.
Faze a tua parte, e a vida fará o restante.
(De “Sob a proteção de Deus”)

terça-feira, 3 de abril de 2012

Tristeza Perturbadora




Conquanto brilhe o sol da oportunidade feliz, abrindo campo para a ação e para a paz, a sombra teimosa da tristeza envolve-te em injustificável depressão.
Gostarias de arrancar das carnes da alma este espinho cravado que te faz sofrer, e, por não o conseguires, deixas-te abater.
Conjecturas a respeito da alegria, do corpo jovem, dos prazeres convidativos, e lamentas não poder fruir tudo quanto anelas.
A tristeza, porém, é doença que, agasalhada, piora o quadro de qualquer aflição.
A sua sombra densa altera o contorno dos fatos e das coisas, apresentando fantasmas onde existe vida e desencanto no lugar em que está a esperança.
Ela responde pela instalação de males sutis que terminam por desequilibrar o organismo físico e a maquinaria emocional.
Luta contra a tristeza, reeducando-te mentalmente.
Não dês guarida emocional às suas insinuações.
Ninguém é tão ditoso quanto supões ou te fazem crer.
A Terra é o planeta-escola de aprendizes incompletos, inseguros.
A cada um falta algo, que não conseguirá conquistar.
Resultado do próprio passado espiritual, o homem sente sempre a ausência do que malbaratou.
A escassez de agora é conseqüência do desperdício de outrora.
A aspiração tormentosa é prova a que todos estão submetidos, a fim de que valorizem melhor aquilo de que dispõem e a outros falta.
Lamentas não ter algo que vês noutrem, todavia, alguém ambiciona o que possuis e não dás valor.
Resigna-te, pois, e alegra-te com tudo quanto te enriquece a existência neste momento.
Aprende a ser grato à vida e àqueles que te envolvem em ternura, saindo da tristeza pertinaz para o portal de luz, avançando pelo rumo novo.
Jesus, que é o "Espírito mais perfeito" que veio à Terra, sem qualquer culpa, foi incompreendido, embora amando; traído, apesar de amar, e crucificado, não obstante amasse...
Desse modo, sorri e conquista o teu espaço, esquecendo o teu espinho e arrancando aquele que está ferindo o teu próximo.
Oportunamente, descobrirás que, enquanto te esqueceste da própria dor, lenindo a dos outros, superaste-a em ti, conseguindo a plenitude da felicidade, que agora te rareia.



Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco.