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sexta-feira, 30 de março de 2012

A Mente que não mente Autor: Hermínio C. Miranda



A ortodoxia religiosa sempre andou preocupada com a eclosão de doutrinas reformistas e renovadoras que classifica sumariamente de heréticas. Essa vigilância tem levado a muita perseguição injusta e a não poucos arrependimentos e recuos. Alguns heréticos chegaram mesmo a passar da condição de réprobos à canonização, como Joana D’ Arc, quando foi revisto o seu processo. Outros, como Giordano Bruno e Galileu, constituem até hoje pontos sensíveis na história eclesiástica, como pecados da juventude que não relembramos sem angústia.
O problema, porém, tornou-se muito mais sério nestes últimos tempos, nos quais o arcabouço teológico começa a estalar ao peso insuportável da modernização do pensamento. Ainda que a ciência também tenha seus dogmas e seus hereges, muito do que ela vai revelando adquire foros de conquista irreversível, geralmente em sacrifício de velhos conceitos superados.
Qualquer menino de ginásio sabe hoje que um corpo humano não pode subir ao céu como querem os dogmas da ascensão do Cristo e de Maria.
Mesmo admitindo-se a atuação de uma força propulsora que os projetasse para além da gravidade terrestre, os corpos assim deslocados, ficariam suspensos no espaço a circular na órbita da terra ou de seu satélite.
Esse tipo de conhecimento leva o homem moderno às trilhas da descrença por não saber como conciliar razão e fé. Os grandes filósofos do cristianismo ortodoxo conseguiram, com enorme sucesso e por largo espaço de tempo, convencer fiéis de que a fé era uma coisa e razão outra, e que aquela não poderia ser subordinada a esta.
Ainda há quem admita esse conceito absurdo; outros, porém, preferem pensar por sua própria cabeça e submeter à crítica da razão aquilo que lhes chega envolvido pela atmosfera abafada da teologia escolástica. Estes derivam para descrença e desanimam na busca da verdade ou partem para o estudo sistemático de qualquer sistema que ofereça alguma luz ao entendimento do universo.
O Espiritismo é a doutrina que conseguiu, pela primeira vez, conciliar fé e razão, não admitindo aquilo que não puder passar no teste do racionalismo inteligente e esclarecido.
Por isso vai se impondo metodicamente, seguramente, ampliando cada vez mais sua área de influência, pois atrai a todos aqueles que, sem poderem mais aceitar a velha crença divorciada da razão, estão prontos para acatar uma verdade superior que não exige o sacrifício do raciocínio. Mas ainda: o Espiritismo expõe uma doutrina do mais profundo sentido humanista. A sua racionalidade não a levou à frieza dos símbolos matemáticos ou dos meros conceitos filosóficos – é, antes, uma norma de vida, um roteiro para compreensão do universo e posicionamento do homem na escala cósmica.
Por isso, muitos nos procuram, o que preocupa, como é natural, os responsáveis pela perpetuação do superado sistema dogmático. Através dos séculos, chegou a ser desenvolvida uma verdadeira técnica de combate às novas idéias que ameaçam a estabilidade da ortodoxia. Essa técnica se aperfeiçoa com o passar do tempo, mas continua basicamente a mesma.
O Espiritismo é uma das doutrinas que muito vem incomodando a igreja especialmente a brasileira, ou seja, a porção brasileira do catolicismo romano. Para combatê-los, vários e ilustres sacerdotes têm sido investidos dos necessários poderes e dos competentes “Imprimatur” e “Nihil Obstat”. Essa é a técnica básica.
Há algum tempo, entretanto, a dominante do plano de ataque era a velha doutrina de interferência do diabo nas manifestações mediúnicas. Hoje isto seria inadmissível, pois até mesmo os sacerdotes já descobriram que essa história de demônio é fantasia pura. A prova está nas declarações de alguns eminentes teólogos perante o Concílio Vaticano-II. Impedidos assim de invocar o demônio de atacar a ciência nas suas conquistas mais legítimas, buscam qualquer princípio científico que ofereça a mínima possibilidade de apoio. Esse é o ponto em que variou a técnica.
Um dos recursos de que estão se socorrendo os nossos queridos irmãos sacerdotes é a Parapsicologia, na qual vêm depositando grandes e infundadas esperanças.
A Parapsicologia ainda não está muito segura de si e sofre dum renitente mal de origem, que poderíamos chamar, recorrendo ao velho grego, de pneumofobia, ou seja, medo do espírito. A jovem ciência que nós espíritas, poderíamos classificar como autêntica reencarnação da Metapsíquica, treme à idéia de acabar descobrindo o espírito humano e foge da palavra como, segundo se dizia, o desmoralizado diabo fugia da cruz. Os modernos tratados de Parapsicologia giram todos em torno do mesmo “leit motiv”: “O Alcance da Mente”, “O Novo Mundo da Mente”, “Ciência Fronteiriça da Mente”, “Canais Ocultos da Mente”. É tudo mente e nada de espírito. Sobrevivência?! Deus nos livre! Pois se nem quererem concordar em que o espírito exista, como vão admitir que sobrevive? Nada disso; tudo se explica pela faculdade extra-sensorial da mente. Mas que faculdade é essa e que “Mente” é essa?
Vêm, então, os nossos inevitáveis sacerdotes parapsicológicos deitar sabedoria extra-sensorial, contaminados irremediavelmente pela mesmíssima pneumofobia e tudo para eles é Mente também.
Topamos, assim, como esta incongruência, difícil de se admitir em homens que devem ter estudado a sua filosofia:
1 – a mente dispõe de faculdades extra-sensoriais (postulado cientifico que aceitam e ensinam);
2 – o espírito (alma) que não pode existir sem a mente; sobrevive à morte física (postulado teológico que também aceitam e pregam);
3 – a mente (ou espírito ou alma) não está sujeita a limitação de tempo ou de espaço (também pacífico).
No entanto, qual a conclusão: A mente do espírito sobrevivente que ligada ao corpo, tinha recursos tão notáveis, não pode manifestá-los quando se separa do corpo pela morte física, a não ser através do “milagre”(!).
E os livros que contam essas coisas merecem ingênuos e inadvertidos “Imprimatur” e “Nihil Obstat”, o que vale dizer que são aprovados, confiantemente para o leitor católico; autoridades Eclesiásticas respeitáveis dão cobertura do ponto de vista teológico a obras que, do ângulo científico, estão oferecendo uma visão deformada e incompleta da realidade. A Parapsicologia não tem substância suficiente para oferecer base à teologia ortodoxa e jamais a terá, enquanto permanecer contida nos seus gabinetes atuais.
No dia em que o mecanismo do espírito (chamem de mente se quiserem) for pesquisado por cientistas corajosos e despidos de preconceitos, vão ser “revelados” os seguintes pontos que o Espiritismo conhece há mais de cem anos:
1- que espírito existe, preexiste e sobrevive;
2- que há um intercâmbio ativo entre os homens que já viveram na Terra e os espíritos dos que vivem como homens;
3- que o espírito se reencarna, evolui e é responsável pelo que faz aqui e no mundo espiritual.
Diante disso, como é que vão ficar os nossos padres parapsicólogos? Quando voltarem para o espaço, depois da chamada “crise da morte” e quiserem transmitir a realidade da sobrevivência ao companheiro encarnado, este poderá dizer muito simplesmente que não é preciso admitir a comunicação espírita; basta a pantomnésia ou a hiperestesia direta, ou indireta. E o pobre espírito, dentro duma realidade irrecusável, irá amargar alhures a repercussão de sua vaidade teológica e científica.

terça-feira, 27 de março de 2012

Espiritismo na Prática - caracterizada pela ética-moral relevante, que ressalta do conteúdo superior absorvido...


Mergulhando a mente nas profundas lições da Doutrina Espírita, o homem se ilumina e descobre os tesouros que buscava, a fim de enriquecer-se de conhecimento e beleza, realizando uma experiência humana caracterizada pela ética-moral relevante, que ressalta do conteúdo superior absorvido.
Não obstante a excelência das informações espíritas, estas impõem como finalidade precípua a transformação íntima da criatura, que deve adotar uma conduta pautada nos seus ensinamentos, graças aos quais se fazem imediatos o aprimoramento moral, a renovação emocional e sua conseqüente aplicação no comportamento social.
Sem a devida utilização dos recursos intelectuais que decifram as incógnitas da existência corporal, toda essa conquista não passará de adorno sem sentido, que não contribui, significativamente, para a felicidade real do indivíduo.
O conhecimento propõe responsabilidade, e esta aciona os mecanismos dos deveres fraternais, concitando à ação positiva, cujos efeitos a Humanidade fruirá em paz e plenitude.
A prática espírita se expressa através da incorporação dos ensinamentos à atividade cotidiana, demonstrando a transformação do caráter melhor, com os seus saudáveis efeitos de bem-estar no grupo social no qual o indivíduo se movimenta.
Irradiando a serenidade que decorre da identificação da lei de causa e efeito, esta modificação conclama, sem palavras, quantos o cercam, a uma correspondente atitude, superando as reações perniciosas que decorrem da ignorância delas.
Por extensão, as ações se expandem em favor do próximo, contribuindo para que as suas aflições sejam diminuídas, atendendo-lhes aos efeitos visíveis, ao mesmo tempo remontando às raízes geradoras das desgraças, a fim de erradicá-las.
A prática do Espiritismo faculta a construção de uma nova sociedade, na qual o egoísmo cede lugar à solidariedade, e a injustiça permite a ação da ética dos direitos humanos, a todos proporcionando o uso e a vivência das bênçãos que o amor de Deus propicia igualitariamente.
Surge, então, como decorrência, uma inevitável alteração dos códigos legais e estatutos atuais com formulações mais consentâneas com o amor, tomando o lugar das leia arbitrárias ainda vigentes em vários Organismos e Nações da Terra.
A prática espírita acende estrelas de esperança nos céus plúmbeos da atualidade e aponta os rumos da solidariedade a todos quantos se enjaulam no personalismo e nas ambições desvairadas do eu enfermo.
Há todo um imenso campo a joeirar.
A terra árida dos corações, maltratada e ao abandono, aguarda a tecnologia do amor a fim de reverdecer, e esse esforço concentrado cabe à prática espírita daqueles que se iluminaram com o conhecimento.
Todas as doutrinas espiritualistas fomentam a ação do bem e a renovação moral do homem, no entanto, só o Espiritismo lhes confere a demonstração da sobrevivência da alma, por meio da mediunidade dignificada.
Utilizar desse imenso acervo de fatos para a prática salutar, colocada no dia-a-dia, é o compromisso que assume o homem inteligente que, tendo a mente esclarecida, dulcifica o coração e torna-se amante do bem, da verdade e da caridade legítima.

Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco

sábado, 17 de março de 2012

Remédio Para as Almas - Bezerra de Menezes



 Antigamente, em época não muito remota, o ser humano vivia relativamente pouco. Não havia a bênção do antibiótico, tínhamos que tratar com parcos recursos as enfermidades.
Era, às vezes, o quinino o que mais nós usávamos, e trazia tantas descobertas que para nós eram tão atuais: o carro, o telefone, o telégrafo, tanta coisa importante.
E, no entanto, pensávamos na Medicina, tão pouco adiantada. Hoje, a medicina aí está, avançando a largos passos.
Cada dia, uma descoberta nova e, no entanto a idade média de grande número das pessoas que partem está na faixa de trinta anos., Por que? Acidentes e acidentes, partidas violentas em “overdose”.
O número daqueles que chegam à idade avançada, para nós do plano espiritual, que observamos o mundo de cima, é muito menor do que aqueles que aportam muito antes, por antecipação, por não cumprimento do traçado cármico de suas vidas.
Lamentavelmente, os jovens estão partindo em larga escala para o plano espiritual. Não chegam a atingir a idade madura, pela insensatez, pelos princípios tão inferiores dolorosamente abraçados, pela falta de objetivos cristãos, pela imaturidade, pela viciação. E nós perguntamos:
“Quando será que aprenderão a servir a si mesmos servindo ao próximo?
Quando aprenderão a valorizar a saúde, a bênção da vida, a bênção de ter um corpo perfeito?
Por que tantos têm que ser aprisionados em leitos de deformações físicas pelos acidentes cada vez mais constantes? Por que essa velocidade na estrada?
Por que essa velocidade imensa, buscando a morte”? Fala-se à juventude, mostram-se espetáculos dantescos, diante dos olhos dos jovens desfilam cenas e cenas dolorosas, mas nem assim eles se previnem...
E colônias e colônias são abertas para colher esses farrapos espirituais que, na verdade, foram rapazes e moças belos, cheios de juventude, de inteligência.
Para onde vai caminhando o nosso mundo? Lamentavelmente, nós temos que ver, sentir e prever o pior...
Por isso, meus filhos, aquele que é cristão, o quanto puder divulgue a página esclarecedora, divulgue o livro que é um alimento completo, um banquete de luz, divulgue as palavras sensatas, os exemplos dignificantes, pratique a caridade. Não se deixem cansar pela ociosidade dos outros, porque aquele que está trabalhando encontrará sempre alguém para pedir: “DÊ-me a sua enxada. Deixe eu encostá-la ali para você descansar.” Esses são os que mais devem e são os que menos fazem. Meus filhos, privilegiados vocês são e serão sempre, quando escolherem a melhor parte, que é a parte do bem, a parte da luz, a parte da renúncia e do amor. Porque o que mais ouvimos é gritarem pelos quatro rincões da Terra: “Senhor, Senhor!” Tantas seitas, tantas religiões de corações vazios e mãos vazias.. Vocês preencham o coração e transbordem as mãos no trabalho caritativo, porque Deus é por todos vocês!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Ser e Parecer




A essência, o ser em si mesmo, constitui a individualidade que avança mediante o processo reencarnatório, adquirindo experiências e desenvolvendo as aptidões que lhes jazem inatas, heranças que são da sua origem divina.
A expressão temporária, adquirida em cada existência corporal, com
as suas imposições e necessidades, torna-se a personalidade de que se reveste o espírito, a fim de atingir a destinação que o aguarda.
A primeira tem o sabor da eternidade, enquanto a outra é transitória.
No âmago do ser encontra-se a vida pulsante, imorredoura, embora, na superfície, a aparência, o revestimento, quase sempre difere da estrutura que envolve.
A individualidade resulta da soma das conquistas, através do êxito como do insucesso, logrados ao largo das lutas que lhe são impostas.
A personalidade varia conforme a ocasião e as circunstâncias, os interesses e as ambições.
Esta passa, enquanto aquela permanece.
Mascara, forma de aparecer, a personalidade se adquire sem transformação substancial profunda, ocultando, na maioria das vezes, o que se é, o que se pensa, o que se aspira.
Legítima, a individualidade se aprimora, qual diamante que fulge ao atrito abençoado do cinzel.
A personalidade extravasa, formaliza, apresenta.
A individualidade aprimora, realiza, afirma.
À medida que o ser evolui, mergulha no mundo íntimo, introspectivamente, desenvolvendo os valores que dormem em embrião e se agigantam.
O exterior desgasta-se e desaparece.
O interior esplende e agiganta-se.
A semente que morre semente, não viveu, não realizou a missão que lhe estava reservada: multiplicar e produzir vida.
A gema, sem lapidação, jamais fulgura.
Faze a tua indagação à vida, em torno da tua destinação.
Quem és hoje e o que pretendes alcançar?
Cansado da aparência, realiza-te intimamente e desata as aptidões
superiores que aguardam oportunidade e cresce para as finalidades elevadas da Vida.
Tenta ser, por fora, conforme evoluis por dentro, sendo a pessoa gentil, mas nobre, fulgurante e abnegado, afável, todavia leal.
Tua aparência, seja também tua realidade, esforçando-te cada vez mais, para conseguir a harmonia entre a individualidade e a personalidade, refletindo os ideais de beleza e amor que te vitalizam.


Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Do livro: Momentos de Coragem

segunda-feira, 12 de março de 2012

Divulgação pelos Atos


O verbo flamívomo e arrebatador entretecerá considerações incomparáveis a respeito do Bem; no entanto, será o exemplo silencioso de renúncia e de dedicação que cimentará o trabalho de edificação enobrecedora.

Páginas brilhantes serão escritas a respeito da excelência do Evangelho; todavia, a conduta equilibrada do indivíduo demonstra-la-á com segurança, abrindo espaço para a fraternidade e o amor.

Conceituações claras, carregadas de lógica e de bom senso, serão apresentadas às assembléias atentas; entretanto, o comportamento do expositor representará o peso mais importante para selar a legitimidade dos enunciados.

Debates vigorosos conseguirão demonstrar a pujança da palavra de Jesus e a racionalidade de Allan Kardec; mas, a ação da caridade, e somente ela, confirmará o seu elevado conteúdo.

Todos os textos elaborados com inteligência sobre o Espiritismo conseguem despertar o interesse dos neófitos; porém, será sempre a lição viva de gentileza e paciência que lhe demonstrará a irrestrita confiança em Deus, que todos devem manter.

Os cursos de esclarecimento e as técnicas de ensino aplicados à divulgação do pensamento espírita têm o poder de orientar e despertar consciências; todavia, a vivência desses postulados pelos que os enunciam, demonstrará que são portadores de força moral transformadora.

A humanidade tem conhecido admiráveis oradores e hábeis, quão cultos escritores, sofistas e silogistas bem equipados mentalmente, pensadores eméritos, que vêm apresentando teses revolucionárias e propostas salvacionistas, roteiros de libertação e fórmulas de engrandecimento moral; no entanto, o tempo os tem esboroado, porque os seus autores apenas ensinaram, instruíram, propuseram, mas não se impregnaram deles, a que tanto se referiam, sucumbindo no desespero... É lamentável que muitos homens e mulheres, aparentemente convencidos da imortalidade do Espírito e da vida futura, ajam e comportam-se de maneira totalmente contrária...

Agridem-se, espezinham-se e aos demais, censurando, amaldiçoando, hostilizando-se reciprocamente em atitudes infelizes que desmentem as palavras que direcionam aos outros em nome da Doutrina que dizem esposar.

São ainda características da natureza humana a dubiedade, como também a dicotomia entre a palavra e a ação, o ensinamento e a conduta, o que vem
dificultando o progresso de cada qual e da humanidade em geral.

Quem encontra o Mestre e reflexiona nos Seus ensinos, não mais age como antes.
 
Jesus é um divisor de águas e de condutas. Ninguém pode permanecer indiferente ao Seu mimetismo, à Sua penetração emocional.
O Espiritismo, restaurando-Lhe o pensamento e atualizando-o, é poderoso agente transformador, que modifica o ser em profundidade.
Vivê-lo sem retoques, trabalhando-se sem cessar, constituem o desafio do momento para todo aquele que travou contacto com a sua lição libertadora.
Enquanto permaneça a diferença no nível científico-tecnológico com o moral, o adepto do Espiritismo se tornará o exemplo que define a eloquência da sua convicção, face aos postulados abraçados.
Divulgação pelos atos é a palavra de ordem no báratro dos conceitos estúrdios e das doutrinas confusas que pretendem retratar Jesus e solucionar os problemas humanos, desequipados da lógica e da razão, incapazes de enfrentar o bom senso e a experimentação científica.


Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Livro Fonte de Luz

sábado, 10 de março de 2012

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO -CAP. VI

O Jugo Leve


 1 – Vinde a mim, todos os que andam em sofrimento e vos achais carregados, e eu vos aliviarei. 
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas. 
Por que o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. (Mateus,XI: 28-30)







2 –Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perdas de seres queridos, encontram sua consolação na fé no futuro, e na confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Sobre aquele que, pelo contrário, nada espera após esta vida, ou que simplesmente duvida, as aflições pesam com todo o seu peso, e nenhuma esperança vem abrandar sua amargura. Eis o que levou Jesus a dizer: “Vinde a mim, vós todos que estais fatigados, e eu vos aliviarei”.
Jesus, entretanto, impõe uma condição para a sua assistência e para a felicidade que promete aos aflitos. Essa condição é a da própria lei que ele ensina: seu jugo é a observação dessa lei. Mas esse jugo é leve e essa lei é suave, pois que impõe como dever o amor e a caridade.


Consolador Prometido

3 – Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito da Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Mas vós o conhecereis, porque ele ficará convosco e estará em vós. – Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. (João, XIV: 15 a 17 e 26)

4 – Jesus promete outro consolador: é o Espírito da Verdade, que o mundo ainda não conhece, pois que não está suficientemente maduro para compreendê-lo, e que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para fazer lembrar o que Cristo disse. Se, pois, o Espírito da Verdade deve vir mais tarde, ensinar todas as coisas, é que o Cristo não pode dizer tudo. Se ele vem fazer lembrar o que o Cristo disse, é que o seu ensino foi esquecido ou mal compreendido.
     O Espiritismo vem, no tempo assinalado, cumprir a promessa do Cristo: o Espírito da Verdade preside ao seu estabelecimento. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas, fazendo compreender o que o Cristo só disse em parábolas. O Cristo disse: “que ouçam os que têm ouvidos para ouvir”. O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porque ele fala sem figuras e alegorias. Levanta o véu propositalmente lançado sobre certos mistérios, e vem, por fim, trazer uma suprema consolação aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, ao dar uma causa justa e um objetivo útil a todas as dores.
Disse o Cristo: “Bem-aventurados os aflitos, porque eles serão consolados”. Mas como se pode ser feliz por sofrer, se não se sabe por que se sofre?
     O Espiritismo revela que a causa está nas existências anteriores e na própria destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Revela também o objetivo, mostrando que os sofrimentos são como crises salutares que levam à cura, são a purificação que assegura a felicidade nas existências futuras. O homem compreende que mereceu sofrer, e acha justo o sofrimento. Sabe que esse sofrimento auxilia o seu adiantamento, e o aceita sem queixas, como o trabalhador aceita o serviço que lhe assegura o salário. O Espiritismo lhe dá uma fé inabalável no futuro, e a dúvida pungente não tem mais lugar na sua alma. Fazendo-o ver as coisas do alto, a importância das vicissitudes terrenas se perde no vasto e esplêndido horizonte que ele abarca, e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem, para ir até o fim do caminho.
Assim realiza o Espiritismo o que Jesus disse do consolador prometido: conhecimento das coisas, que faz o homem saber de onde vem, para onde vai e porque está na Terra, lembrança dos verdadeiros princípios da lei de Deus, e consolação pela fé e pela esperança. 

 

Advento do Espírito da Verdade

 

ESPÍRITO DE VERDADE
Paris, 1860
                                                          
5 – Venho, como outrora, entre os filhos desgarrados de Israel, trazer a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como outrora a minha palavra, deve lembrar os incrédulos que acima deles reina a verdade imutável: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinar as plantas e que levanta as ondas. Eu revelei a doutrina divina; e, como um segador, liguei em feixes o bem esparso pela humanidade, e disse: “Vinde a mim, todos vós que sofreis!”
Mas os homens ingratos se desviaram da estrada larga e reta que conduz ao Reino de meu Pai, perdendo-se nas ásperas veredas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana. Ele quer que, ajudando-vos uns aos outros, mortos e vivos, ou seja, mortos segundo a carne, porque a morte não existe, sejais socorridos, e que não mais a voz dos profetas e dos apóstolos, mas a voz dos que se foram, faça-se ouvir para vos gritar: Crede e orai! Porque a morte é a ressurreição, e a vida é a prova escolhida, durante a qual vossas virtudes cultivadas devem crescer e desenvolver-se como o cedro.
Homens fracos, que vos limitais às trevas de vossa inteligência, não afasteis a tocha que a clemência divina vos coloca nas mãos, para iluminar vossa rota e vos reconduzir, crianças perdidas, ao regaço de vosso Pai.
Estou demasiado tocado de compaixão pelas vossas misérias, por vossa imensa fraqueza, para não estender a mão em socorro aos infelizes extraviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Crede, amai, meditai todas as coisas que vos são reveladas; não misturem o joio ao bom grão, as utopias com as verdades.
Espíritas; amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo. Todas as verdades se encontram no Cristianismo; os erros que nele se enraizaram são de origem humana; e eis que, de além túmulo, que acreditáveis vazios, vozes vos clamam: Irmãos! Nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal; sede os vencedores da impiedade!


ESPÍRITO DE VERDADE
Paris, 1861

6 – Venho ensinar e consolar os pobres deserdados. Venho dizer-lhes que elevem sua resignação ao nível de suas provas; que chorem, porque a dor no Jardim das Oliveiras, mas que esperem, porque os anjos consoladores virão enxugar as suas lágrimas.
            Trabalhadores, traçai o vosso sulco. Recomeçai no dia seguinte a rude jornada da véspera. O trabalho de vossas mãos fornece o pão terreno aos vossos corpos, mas vossas almas não estão esquecidas: eu, o divino jardineiro, as cultivo no silêncio dos vossos pensamentos. Quando soar a hora do repouso, quando a trama escapar de vossas mãos, e vossos olhos se fecharem para a luz, sentireis surgir e germinar em vós a minha preciosa semente. Nada se perde no Reino de nosso Pai. Vossos suores e vossas misérias formam um tesouro, que vos tornará ricos nas esferas superiores, onde a luz substitui as trevas, e onde o mais desnudo entre vós será talvez o mais resplandecente.
Em verdade vos digo: os que carregam seus fardos e assistem os seus irmãos são os meus bem-amados. Instrui-vos na preciosa doutrina que dissipa o erro das revoltas e vos ensina o objetivo sublime da prova humana. Como o vento varre a poeira, que o sopro dos Espíritos dissipe a vossa inveja dos ricos do mundo, que são freqüentemente os mais miseráveis, porque suas provas são mais perigosas que as vossas. Estou convosco, e meu apóstolo vos ensina. Bebei na fonte viva do amor, e preparai-vos, cativos da vida, para vos lançardes um dia, livres e alegres, no seio daquele que vos criou fracos para vos tornar perfeitos, e deseja que modeleis vós mesmos a vossa dócil argila, para serdes os artífices da vossa imortalidade.                                        


ESPÍRITO DE VERDADE
Bordeaux, 1861

 7 – Eu sou o grande médico das almas, e venho trazer-vos o remédio que vos deve curar. Os débeis, os sofredores e os enfermos são os meus filhos prediletos, e venho salvá-los. Vinde, pois, a mim, todos vós que sofreis e que estais carregados, e sereis aliviados e consolados. Não procureis alhures a força e a consolação, porque o mundo é impotente para dá-las. Deus dirige aos vossos corações um apelo supremo através do Espiritismo: escutai-o. Que a impiedade, a mentira, o erro, a incredulidade, sejam extirpados de vossas almas doloridas. São esses os monstros que sugam o mais puro do vosso sangue, e vos produzem chagas quase sempre mortais. Que no futuro, humildes e submissos ao Criador, pratiqueis sua divina lei. Amai e orai. Sede dócil aos Espíritos do Senhor. Invocai-o do fundo do coração. Então, Ele vos enviará o seu Filho bem-amado, para vos instruir e vos dizer estas boas palavras: “Eis-me aqui; venho a vós, porque me chamastes!


ESPÍRITO DE VERDADE
Havre, 1863

8 – Deus consola os humildes e dá força aos aflitos que a suplicam. Seu poder cobre a Terra, e por toda parte, ao lado de cada lágrima, põe o bálsamo que consola. O devotamento e a abnegação são uma prece contínua e encerram profundo ensinamento: a sabedoria humana reside nessas duas palavras. Possam todos os Espíritos sofredores compreender estas verdades, em vez de reclamar contra as dores, os sofrimentos mortais, que são aqui na Terra o vosso quinhão. Tomai, pois, por divisa, essas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que a caridade e a humildade vos impõe. O sentimento do dever cumprido vos dará a tranquilidade de espírito e a resignação. O coração bate melhor, a alma se acalma, e o corpo já não sente desfalecimentos, porque o corpo sofre tanto mais, quanto mais profundamente abalado estiver o espírito.
 

quarta-feira, 7 de março de 2012

A Cura física e a Cura Espiritual - Mauro Kwitko


Muito se discute hoje em dia sobre as diversas maneiras de tratar os doentes em seus problemas físicos, emocionais e mentais. Pelo caráter competitivo do ser humano, gerado em parte pelo seu ainda baixo nível evolutivo consciencial e incentivado pela estrutura tradicional social, os médicos, os psicoterapeutas e os terapeutas em geral estão mais empenhados em demonstrar a supremacia de suas técnicas e métodos do que em se conhecerem. Existe um desconhecimento de parte a parte dos critérios alheios. Muitos médicos e psicoterapeutas tradicionais condenam ou ridicularizam os chamados métodos alternativos sem se empenhar em conhecê-los pelo menos superficialmente. Do outro lado, os chamados terapeutas alternativos condenam a Medicina alopática e os psicoterapeutas mais ortodoxos, como se eles fossem prejudiciais e danosos aos pacientes.

Não concordo com essa atitude, como não concordo com nenhuma forma de competição. Na minha maneira de ver, tratam-se apenas de diferentes níveis de expectativas, de enfoques e de intenções. Cada médico ou terapeuta trata os seus pacientes de acordo com sua maneira própria de encarar a vida e os aspectos da vida, ou seja, a questão da cura, para cada profissional, diz respeito ao seu próprio modo de ser.

Uma visão mecanicista, organicista, implica em uma maneira de enxergar e tratar os problemas dos doentes a partir somente do seu corpo físico, pois é o único visível, e todo o enfoque terapêutico é endereçado para os órgãos, os sistemas e as reações químicas pertinentes ao funcionamento desse corpo. Para a Medicina tradicional, o ideal de cura é fazer desaparecerem os sinais e os sintomas observáveis e, portanto, curar o ser humano é curar o seu corpo físico. Como as doenças são atribuídas a causas externas, geralmente às bactérias e aos vírus, a caça a esses agentes patogênicos ocupa grande parte da visão alopática. O ser humano é considerado quase como uma vítima desses vilões microscópicos e a auto-responsabilidade pelos seus males começa timidamente agora a ser cogitada, através dos mecanismos psicossomáticos. O homem é o seu corpo físico.

Existe sinceridade na maneira como os médicos alopatas atuam, eles realmente acreditam no que praticam e buscam fazer o melhor por seus pacientes. Não penso que no tempo em que atuava como pediatra alopata eu prejudicava meus pacientes ou que a minha atuação não os ajudasse. Pelo contrário, em inúmeras situações salvei vidas e em muitas ocasiões realmente ajudei os doentes. Embora tenha que reconhecer que, se naquela época eu conhecesse a Homeopatia, a Terapia com os Florais e a realidade espiritual, teria sido um muito melhor médico, sem dúvida nenhuma. Naquela época em que era pediatra alopata, eu também acreditava que asma não tem cura, que amigdalite crônica tem que operar, que otite crônica tem que colocar dreno, que prisão de ventre tem que ser tratada com laxante, que enurese noturna tem que ser tratada com Tofranil, etc. Hoje eu sei que tudo isso pode ter cura com as terapias enegéticas, a Homeopatia e a Terapia Floral, por exemplo. E os pesadelos nas crianças merecem uma avaliação em Centro Espírita.

A partir da visão pessoal de cada um de nós, estabelece-se um grau compatível de exigência e expectativa e portanto o que é chamado de cura ou de melhora, para cada um, tem como referencia esse enfoque. Afastar os sintomas desagradáveis de uma amigdalite aguda com o uso de antibióticos é chamado de cura e a remoção das amígdalas pela recorrência de infecções devido ao tratamento ser endereçado apenas às bactérias é, também, chamado de cura. A utilização de medicamentos que diminuam a acidez gástrica é chamada de tratamento para a gastrite como também o uso de tranqüilizantes para acalmar-se o paciente que sofre desse mal. O uso de anti-inflamatórios e corticosteróides nos reumatismos e outras manifestações auto-imunes tem o objetivo de fazer desaparecerem os sinais e os sintomas nas articulações e órgãos afetados, enquanto que as causas são consideradas desconhecidas ou atribuídas a microorganismos. As dores são tratadas com medicamentos para a dor, as cólicas com medicamentos para espasmos, a febre com medicamentos para a febre, a prisão de ventre com laxantes ou reguladores intestinais, as diarréias com constipantes, etc. O doente tem a sua vida e seus aspectos existenciais afastados de qualquer raciocínio diagnóstico, o que interessa é fazer o sintoma e o sinal desaparecer o mais rapidamente possível. Esse procedimento alopático não ajuda as pessoas? Ajuda e muito. O meu questionamento é quanto à profundidade dessa ação, quanto ao descomprometimento da pessoa com a sua doença e da sua responsabilidade na perpetuação de seus males.

A visão psicológica tradicional, por sua vez, considera o ser humano quando nasce como um livro em branco, que começa a ser escrito a partir de sua fase gestacional, dentro do útero materno. Considera essa vida apenas, essa única encarnação, não lida com a bagagem trazida de outras existências, não se ocupa do caminho evolutivo reencarnatório dos pacientes e suas relações ancestrais com os seus hoje denominados pai, mãe, irmãos e demais relações, o que limita as interpretações dessas questões conflitantes. Todo e qualquer aspecto da personalidade dos pacientes, seja uma tendência agressiva ou autoritária ou autodestrutiva ou uma timidez, uma baixa auto-estima, ou sentimentos como mágoa, ressentimento, raiva, etc., têm de originar-se no início da vida. Nada existe antes disso... Atualmente já se permite pensar em tendências ligadas à genética e procuram-se os gens responsáveis por certas características (alcoolismo, suicídio, etc).

Com a tendência medicamentosa da psiquiatria, tudo deve ser medicado, tudo deve desaparecer sob a ação química dos medicamentos modernos. As alterações das reações químicas é que geram os quadros psiquiátricos e se são afetadas beneficamente por substâncias químicas, tudo pode ser resolvido assim. Existe também sinceridade nesse raciocínio e, como afirmei antes, pode-se ajudar muitos doentes com esses métodos. Uma melhora de um quadro psíquico, mesmo que seja pelo uso de substâncias químicas que atuam a um nível superficial do problema real, ou seja, nas reações químicas ou na carência de certas substâncias, é capaz de possibilitar ao doente um alívio que lhe permita enxergar as coisas de outro modo, vislumbrar uma luzinha lá no fim do túnel e até decidir mais firmemente sair daquela situação aparentemente imobilizante.
A questão é que essas reações químicas ou a carência de certas substâncias de ação a nível cerebral, ao que é atribuído a causa das manifestações patológicas psíquicas, na verdade são apenas conseqüências de ações profundas dos próprios pensamentos e sentimentos do paciente ao nível do seu psiquismo profundo. Tudo se inicia nos corpos mental e emocional, ou seja, no que se pensa e no que se sente, apenas mais tarde isso irá se refletir no funcionamento do corpo físico e nas reações químicas, inclusive a nível cerebral. O que não concordo é com a visão estigmatizada e superficial que faz com que tudo se resuma a um enfoque de atuação química. Pela minha experiência e de muitos terapeutas alternativos, a utilização de medicamentos energéticos (estímulos vibracionais) endereçados aos pensamentos e aos sentimentos (também estruturas energéticas) e a ação de técnicas bioenergéticas que também atuam a esse nível, faz com que a maioria dos pacientes melhore bastante e inúmeros alcançam a cura. A diferença é que a atuação é endereçada às causas e não às conseqüências, ou seja, parte-se do principio e não do fim.

O que a novíssima Psicoterapia Reencarnacionista pensa? A partir do seu enfoque reencarnacionista e evolucionista essas questões relativas à saúde e à doença, ao bem-estar e ao mal-estar, transcendem o grau de exigência e expectativa das maneiras tradicionais de tratar e até, por que não, de muitas das Terapias Energéticas. Com a extensão da concepção do Homem para suas encarnações passadas, tudo aumenta de significado, pode-se investigar realmente o Inconsciente, e o doente está no inicio, no meio e no fim de tudo que lhe acontece. Os vilões externos passam a não ter tanta importância na gênese dos males, sejam microorganismos, sejam mesmo pessoas, e as ajudas externas começam a perder seu prestigio, em nome da necessidade de uma maior consciência e mudança interna. Nada mais é injusto, nada mais é casual, tudo tem um objetivo e uma finalidade. O que o paciente traz de suas encarnações passadas, suas relações kármicas, seus pensamentos, seus sentimentos, sua maneira de enxergar a vida, seus objetivos existenciais, seu caráter, sua índole, seus atos, seus planos, suas metas, enfim, tudo no paciente, visível, e principalmente invisível, é extremamente importante. O paciente é visto a partir de seus aspectos mais profundos e espirituais e a reconexão com sua Essência torna-se o motivo principal do tratamento. Retificar seu caminho evolutivo é a meta.
As relações afetivas e familiares devem ser tratadas e bem elaboradas para que não atrapalhem os nossos objetivos espirituais de evolução, e sempre com a clara consciência de que são relações entre Espíritos encarnados e nunca sob o peso terrível dos rótulos paralizantes.

A Psicoterapia Reencarnacionista não é radical nem "alternativa", ou seja, não nega qualquer tipo de procedimento que vise melhorar a qualidade de vida das pessoas, seja com quaisquer técnicas ou medicamentos. Tudo que nos alivie os sofrimentos, que nos traga mais alegria, que nos possibilite circular melhor por essa vida, deve ser utilizado. Essa nova Escola pretende ajudar a ampliar o nível de consciência para além do que é visível, para além do que se tem considerado como os limites da existência humana, para além do Ego, queremos ir realmente Inconsciente a dentro, como o Dr. Freud sinalizou.

O mais importante não é fazer desaparecerem os sinais e sintomas desagradáveis e sim entender por que eles surgiram, de onde e com que finalidade. A doença é vista como uma mensagem do nosso Eu Superior para nos mostrar que algo está errado em nossa maneira de viver, que estamos equivocados em nossos pensamentos e em nossos sentimentos. O local do corpo, a época do surgimento, o aspecto, os sintomas e as sensações locais nos dizem de uma forma às vezes bem clara o que realmente aquilo significa, qual é a mensagem profunda que permeia aquela doença ou manifestação. O terapeuta é um investigador e deve aprofundar-se juntamente com o doente, em direção ao âmago da questão. Encontrar a causa é a meta, entender os processos que geraram as manifestações desagradáveis é o objetivo e retificar o caminho, de volta ao verdadeiro propósito de vida, é a finalidade. Tudo que se fizer por esse doente a nível superficial, que lhe alivie, que lhe ampare quando necessário, pode ser utilizado de uma forma caridosa, mas que isso nunca impeça ou mascare a busca profunda da origem dos seus males ou que lhe isente da responsabilidade por sua vida, entregando-a a outras pessoas.

Nós somos os responsáveis pela nossa saúde ou nossa doença, pela nossa alegria ou nossa tristeza, pela nossa evolução espiritual ou não, e disso a Psicoterapia Reencarnacionista não abre mão. Fazer com que os doentes assumam a sua cura é o principal objetivo. Encontrar os erros, os equívocos, e retificá-los é a meta. A cura vem pela auto-responsabilidade com a sua doença e acontece somente pela retificação do nosso Caminho, pelo alinhamento da persona com a Essência.